(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
Que faço a estas
flores...
se tu, se tu já não
existes,
voaste em direcção
ao Tejo,
suicidaste-te na
Calçada da Ajuda,
sem ajuda nenhuma,
sem perceberes que
habita na noite o amor,
a literatura, a
poesia,
e a pintura...
que faço, meu amor,
a estas flores de
névoa, a estes silêncios sem horário,
que faço a estas
flores...
diz-me...
diz-me por favor,
e a pintura,
se tu, se tu já não
existes,
e agora, e agora és
uma flor sem leitura...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 15 de
Janeiro de 2015