(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
A cidade camuflada
pela espingarda das palavras,
o homem vestido de
madrugada
esconde-se entre os
candeeiros sem nome,
no cais,
encontra a solidão
e alguns cigarros de
triste olhar,
há sobre ele o
cheiro da saudade
e dos machimbombos
puxados pelo cordel invisível do capim,
ouvem-se canções
no musseque,
e dançam
e dançam
e dançam...
dançam em redor dos
mabecos em fúria,
dançam imaginando
pequenos charcos de água
como se o dia não
tivesse acordado,
a cidade,
acorrentada,
o homem,
sufocado,
ele,
ela...
e não há poesia
nos triciclos de madeira apodrecida, e não há poesia nos papagaios
de papel,
esta cidade está
infestada de sombras
e de lágrimas
cor-de-rosa...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Terça-feira, 13 de
Janeiro de 2015
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