quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Sem horário

(desenho de Francisco Luís Fontinha)


Que faço a estas flores...
se tu, se tu já não existes,
voaste em direcção ao Tejo,
suicidaste-te na Calçada da Ajuda,
sem ajuda nenhuma,
sem perceberes que habita na noite o amor,
a literatura, a poesia,
e a pintura...
que faço, meu amor,
a estas flores de névoa, a estes silêncios sem horário,
que faço a estas flores...
diz-me...
diz-me por favor,
e a pintura,
se tu, se tu já não existes,
e agora, e agora és uma flor sem leitura...



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quinta-feira, 15 de Janeiro de 2015


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