(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
Não me ouves da tua
lápide
inventada por um
louco
acreditas que as
minhas palavras são húmus
resíduos
inorgânicos
da paixão secreta
do sol pela poesia
não me ouves porque
não existes
ou... ou... ou
porque sou eu que não existo
ou talvez
eu
tu
nunca existimos
somos riscos
fumo desvairado de
um cigarro amordaçado
somos riscos
suspensos numa parede invisível
onde algures habita
uma porta com acesso à paixão
eu
o medo
tu
o medo
e dos cortinados
cinzentos dos teus cabelos...
o medo apodrece
sobre os nossos ombros embrulhados no cacimbo da infância
procurando as
sombras de um rio
com barcos de papel
e gaivotas em cartão...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 12 de
Janeiro de 2015
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