Vagabundos,
Sonâmbulos
Cromos
E
outros cromados,
Assim
avança a vida do poeta…
Sobre
a janela da solidão,
Desamados,
Triângulos
de prata no papel amachucado
Correndo
pela paixão na juventude das pirâmides sonolentas,
Vagabundos,
Sonâmbulos
Cromos
E
outros cromados,
Enigmáticos
circos de terra em terra,
Palhaços,
Candidatos
a palhaços…
Num
empobrecido poste de iluminação,
A
forca miserável do inventor
Entre
círculos e cubos de sombra…
A
inquietude neblina que assombra a mão
Do
palhaço candidato a palhaço,
As
bocas de esperma descendo a calçada
Até
se sentar junto ao rio,
Ouvem-se
os socalcos do amanhecer
Quando
as enxadas do prazer batem no xisto esfarrapado,
O
circo não tem fim,
O
fogo adormece as almas dos condenados,
E
sobre o papel amachucado…
A
casa dos espirros,
Os
vampiros telhados das cidades em chamas…
Tudo
arde no teu olhar
Como
arderam as minhas palavras nas náuseas do sono…
Ergo-me,
Faço-me
vagabundo como eles…
E
vivo apaixonadamente no cubículo da idade.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
9 de Abril de 2017