O que leva a Lua
A odiar o Sol,
Ofuscando-o durante a
noite,
O que leva a Lua e o Luar
A odiar,
O que leva a Lua
A ter raiva do sol,
E o Sol,
Raiva do mar.
18/07/2023
O que leva a Lua
A odiar o Sol,
Ofuscando-o durante a
noite,
O que leva a Lua e o Luar
A odiar,
O que leva a Lua
A ter raiva do sol,
E o Sol,
Raiva do mar.
18/07/2023
Encosta a tua mão
À
minha face
Desenha
nela o Sol
Ou
um pedacinho de sorriso,
Encosta
a tua mão
À
minha face,
Afasta
dela a tristeza
E
as noites de insónia,
E
faz com que a noite deixe de ter lágrimas,
Que
a minha noite deixe de ser o luar das lágrimas.
Francisco Luís Fontinha
(inédito)
A Art Work vai
estar no Ujo, Pinhão e Alijó.
Vendemos livros,
desenhos em pastel e a lápis, telas e artesanato.
Procuro-te neste amontoado de esqueletos em papel
Onde te escondes
quando acorda a noite,
Procuro-te no
silêncio que me abraça
Quando o mar dos
teus olhos
Poisa na janela
do meu sonhar,
Procuro-te nas
palavras que te escrevo,
Das palavras que
jogas ao vento,
Nas palavras que
habitam o meu pensamento,
Procuro-te
enquanto acorda o pôr-do-sol
E os teus lábios
de mel
Se dependem de
mim,
Deste poeta inconformado,
Deste poeta só…
E envergonhado.
18/07/2023
Escondes-te no pedacinho de luz do teu olhar
No teu olhar
De doce mar,
Escondes-te no
silêncio dos teus lábios
Teus lábios de
mel
De mel amar,
Escondes-te na inquietude
do teu cabelo
Ao vento
Em poesia,
Escondes-te
atrás de uma parede invisível
Enquanto a noite
se despede de mim,
Enquanto a noite
me proíbe de desenhar o teu doce olhar.
18/07/2023
Despeço-me deste navio,
deste porto envenenado, deste navio sem rumo.
Despeço-me deste pobre
navio, que perdido no mar,
Que esquecido de mim
Que me odeia,
Que tem raiva da minha sombra.
Despeço-me deste navio,
Enquanto do outro lado do
rio, uma gaivota em cio,
Me segreda,
Que este navio é um fantasma
que a noite trouxe,
Que a noite há-de levar,
Para longe.
Despeço-me deste navio que
me odeia,
Que não tem nome,
Nem bandeira,
Neste navio em pequenos
parágrafos de desejo,
Descendo a calçada,
Subindo ao ponto mais
alto…
Daquela muralha,
Despeço-me deste navio,
Deste comandante louco,
Deste comandante poeta,
Quando sei que este
navio,
Aos poucos,
É uma janela para o mar.
Despeço-me deste navio…
Pedacinho de luz
Que corre sobre a ponte,
Deste navio enferrujado,
Doente,
Cansado…
Despeço-me deste navio
com cheiro a putrefacção
E poesia de esquecer,
Neste navio de amar
Quando este navio,
Qualquer dia…
Me abraçar.
16/07/2023