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quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Esconderijo do ódio

 Odeio-te no crepúsculo solar do dia

Odeio a tua voz

Os teus olhos

Odeio a tua boca

E as tuas mãos…

Odeio-te como sombra

Na palavra em sombra…

Odeio-te enquanto o dia

Não me traz a árvore do silêncio

Onde se esconde todo o ódio que te tenho…

 

 

28/09/2023

terça-feira, 18 de julho de 2023

Ódio



O que leva a Lua

A odiar o Sol,

Ofuscando-o durante a noite,

O que leva a Lua e o Luar

A odiar,

O que leva a Lua

A ter raiva do sol,

E o Sol,

Raiva do mar.

 

 

18/07/2023

terça-feira, 4 de julho de 2023

Estranha forma de amar

 

Quando me baptizaram

Uma maluca qualquer

Que certamente já morreu

Felizmente,

Pegou-me ao colo

Deitou-me no altar de Nossa Senhora de qualquer coisa…

E comecei a desenhar círculos rodando sobre mim próprio,

Depois…

Concluiu…

O menino tem a vida cortada;

Logo aí…, não gostei.

 

Anos mais tarde

Sentado sobre esta triste pedra cinzenta

Acredito que sou telecomando por um ser estranho

Que me ama muito

Que me deseja muito

E acima de tudo…

Não quer a minha morte…

O prazer desse ser estranho

É…

É ver-me sofrer;

Dia após dia…

Noite após noite.

 

E se eu tivesse sido amigo do Pacheco

E se o Pacheco estivesse vivo…

Provavelmente eu seria o maior filho da puta que ele conhecia…

Para realçar a esse ser estranho…

Que…

Tudo aquilo que faça…

Nunca

Nunca fará com que eu desista

Porque vou ser

Porque vou ser o maior filho da puta que possa existir...

E já agora….

Odeio-te ser estranho.

 

 

 

04/07/2023

domingo, 2 de julho de 2023

Ódio

 Este poema

Odeia-me

Este poema odeia-me

Tal como me odeiam os algures ausentados

Das palavras sem nome,

 

Este poema odeia-me

E morre na minha mão

Antes que caia a noite

Dentro deste poema…

E ele se transforme num pedaço de solidão,

 

Este poema

Não gosta de mim

Este poema odeia-me

Desde que acorda a manhã…

Até que a lua se despeça da noite,

 

E a noite me traga

Um outro poema

Que me vai odiar

Como este poema me odeia…

Das palavras sem nome,

 

Nas palavras do mar,

Este poema odeia-me

E finge que sou apenas um corpo sem mãos…

Que escreve este poema…

Sem perceber a razão de ele me odiar.

 

 

 

02/07/2023

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Os dias do ódio



Os dias do ódio,
Míseros caminhos, destinos incertos,
Dão-me palavras para semear no vento.
Sou uma caravela em sofrimento,
Um texto disperso…
À procura de alimento,
Os dias do ódio,
Os dias encobertos
No coração deste verso,
Uma jangada abandonada na claridade
Da noite os olhos abertos,
Míseros caminhos, destinos incertos…
Quando o meu corpo chora o luar
Que ficou aprisionado no deserto,
Os dias do ódio,
Destinos incertos,
Míseros caminhos,
Míseros esqueletos libertos,
O sítio da pedra queimada
Onde me sentava…
E esperava
Pelo regresso da madrugada,
O silêncio da espuma na brochura iluminada,
Os dias do ódio…
Nos dias de nada.


Francisco Luís Fontinha
07/12/16