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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Os dias do ódio



Os dias do ódio,
Míseros caminhos, destinos incertos,
Dão-me palavras para semear no vento.
Sou uma caravela em sofrimento,
Um texto disperso…
À procura de alimento,
Os dias do ódio,
Os dias encobertos
No coração deste verso,
Uma jangada abandonada na claridade
Da noite os olhos abertos,
Míseros caminhos, destinos incertos…
Quando o meu corpo chora o luar
Que ficou aprisionado no deserto,
Os dias do ódio,
Destinos incertos,
Míseros caminhos,
Míseros esqueletos libertos,
O sítio da pedra queimada
Onde me sentava…
E esperava
Pelo regresso da madrugada,
O silêncio da espuma na brochura iluminada,
Os dias do ódio…
Nos dias de nada.


Francisco Luís Fontinha
07/12/16