Teus dedos finos e
frágeis
Quando a brancura dos
teus lábios
Acordam a manhã com um
sorriso
Poisa a alegria sobre a geada
Como poisam as abelhas
nas flores
Que durante a noite
acordaram na minha tela
E a minha tela está viva
E brinca numa parede em
triste silêncio
A noite transporta as
estrelas
Que regressam do outro
lado da rua
E a alegria que poisa
sobre a geada
Desenha o olhar de Deus
Na janela da tua mão
Tua mão
Onde habitam os teus
dedos finos e frágeis
Que acariciam a minha
tela
Que brinca numa parede em
triste silêncio
E eu termino o dia a
contemplar as flores
E as abelhas
E as estrelas que
regressaram do outro lado da rua.
Alijó, 04/12/2022
Francisco Luís Fontinha