A
fragilidade do corpo embrulhada no sono,
O
cansaço das palavras, inertes, mortas,
Nas
páginas sonâmbulas da tristeza,
O
vento chora,
Traz
a chuva,
Vai
embora.
Todo
o silêncio é pouco,
Quando
os farrapos da saudade,
Envelhecem
na escuridão,
A
metáfora,
O
sorriso das plantas,
Junto
ao mar,
E
inventam-se rosas em papel,
Comestíveis,
às vezes, quando a fome é invisível,
Descendo
o rio,
Saltando
a ponte metálica,
Em
direcção ao Sol,
Em
direcção ao abismo.
Não
quero pertencer a este conflito de interesses,
Caixas
em cartão,
Revoltadas
contra a geada,
A
chuva, miudinha, perde-se na calçada.
E,
no entanto,
Estou
aqui,
Esperando
o regresso das lâminas lágrimas,
Como
se fossem balas de raiva, contra as paredes de xisto.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
16/01/2020