domingo, 1 de julho de 2018




Todas as tardes te encontro
Nesta desassossegada tarde de Inverno,
Invento a chuva que humedece os teus lábios,
Abraço-te como se fosses a última árvore da floresta…
Na tempestade dos sonhos.
 
 
Francisco Luís Fontinha
1/07/2018


domingo, 24 de junho de 2018


Três dedos de conversa, uma chávena de chá, um livro poisado na tua mão, enquanto lá fora, muito distante de nós, uma cobra brinca na fina areia dos teus olhos.

Enquanto dormia, a flor do teu sorriso despede-se das pétalas envenenadas da noite, rosna o sorriso do lobo, rosna o silêncio da montanha, quando deitas a cabeça no meu colo…

São rosas, meu amor, são rosas os teus cabelos brancos.

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 24/06/2018


segunda-feira, 18 de junho de 2018

Livro proibido


Aqueço-me nos teus olhos, disfarço as rugas, pego num livro proibido sem tu o dares conta, e imagino-te sentada junto ao lago desconhecido; nunca soube o seu nome, raça, credo ou sexo, mas é o lago mais lindo do Universo.

Aqueço-me nos teus olhos, banho-me na tua tristeza de um dia acordar a Primavera sem mim, tu, descalça, caminhando em volta do lago, danças, saltitas e chamas por mim; e nunca percebeste qual era o livro proibido…

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 18/06/2018



Desenho de Francisco Luís Fontinha
 

domingo, 17 de junho de 2018

Arte


A arte do ser,

Quando acorda na noite o prazer,

De ler,

E chovem estrelas de adormecer…

No teu corpo de sofrer.

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 17 de Junho de 2018

domingo, 10 de junho de 2018


Perdeste o sentido da vida. Alimentas-te de sorrisos e lágrimas e empunhas para mim o teu cigarro suicidado, tosco, escaldante Domingo na triste madrugada.

STOP… meu amor; STOP.




Fotografia censurada pelo Facebook

domingo, 3 de junho de 2018




Quando a parede cair, que caia sobre a tua sombra, se transforme em Sol descendo pelos teus ombros…

E seja poesia eterna.


sábado, 26 de maio de 2018

206 ossos


A colmeia de ossos perdida na montanha,

As flores florescentes que iluminam a noite,

E escrevem no meu corpo o poema,

Palavras,

Malditas palavras na boca do inferno,

A ribeira, simples lareira junto ao mar,

Descem as caravelas,

Sobem os braços dos náufragos,

Marinheiros dos esqueletos putrificados,

As candeias nocturnas do Adeus,

O amor,

Amo-te?

Nunca o saberei,

O que é o amor?

Uma vaca que voa…

Ao cair a noite!

O papel amarrotado do teu olhar,

Quando as estrelas se suicidam nos teus lábios,

Nunca amarei uma pedra…

Quando ela me abraça,

Beija…

Nas sombras dos holofotes de néon,

O dia límpido,

A neblina dos teus seios iluminados na floresta,

Ouves-me?

Amas-me?

Como uma pedra,

Descalça,

Sem palavras,

Ao final da tarde.

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 26 de Maio de 2018