quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Miosótis


habitas no jardim descolorido da paixão
gritas às lágrimas envergonhadas de um pequeno sorriso
palavras
entrelaçadas
nas sombras clandestinas dos plátanos caducos
miosótis
minha flor
meu poema... minha canção de amor!


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 7 de Janeiro de 2015

Lágrimas de silêncio... nos meus lábios

Vidas cruzadas, estradas de sal, lágrimas de silêncio pergaminho em saudade, corredores enormes, gritos e escadas sem corrimão, olhos cerrados, portas, muitas portas... e todas encerradas,
Vejo no espelho do meu olhar a morte vestida de árvore,
Dança, o menino?
Pássaros loucos, vozes, a dele e dos outros pedaços de pano,
Ai...
Estou farto disto?
Vidas,
Feiticeiros equacionando búzios e incógnitas, os senos desencantados com a trigonometria da paixão,
Hipocritamente o seno hiperbólico do amor...
Dança, o menino'
Abutres, girafas,... abelhas, poemas cansados nas nas tuas mãos de marinheiro, o teu amor por mim, as palavras escritas no meu corpo pela tua própria mão...
Está frio...
Dança?
Vidas cruzadas,
Estradas de sal,
Lágrimas de silêncio... nos meus lábios.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira , 7 de Janeiro de 2015

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Momentos

(desenho de Francisco Luís Fontinha)


Momentâneas alegrias...
prolongadas tristezas,

momentos,

despedidas...

esta vida!


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 6 de Janeiro de 2015

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Luminosidade


A luminosidade tangente ao teu olhar
entre círculos
quadrados
e buracos
há no teu corpo equações sem solução
resmas de papel quadriculado
em chamas
e feridas no coração...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 5 de Janeiro de 2015

domingo, 4 de janeiro de 2015

desenho garrido

(desenho de Francisco Luís Fontinha)


vivo neste esconderijo
um cubo de vidro
no... lixo
não
não quero que me toques
me olhes...
não...........................
não quero existir
voar
ler
não
vivo neste cubo de vidro

adoro este esconderijo recheado de palavras
e
e de mendigos

o relógio não anda
a janela não se abre
nem fala comigo
há numa das paredes deste cubo de vidro...
tristeza
e... e o frio

um velho amigo
que me acompanha desde a infância
um desenho garrido
um espelho
neste cubo de vidro
não vivo
que vivo
sem perceber que o meu corpo é um esconderijo

de vidro.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 4 de Janeiro de 2015


03_01_2015


Sou um cadáver sem solução,
sinto-o quando pronuncio o teu nome,
sinto-o em vão,
sou um aldrabão diplomado,
e finjo,
finjo.. que estou apaixonado
e nem sou amado,
e nem sou doutorado...


Francisco Luís Fontinha
Domingo, 4 de Dezembro de 2015

sábado, 3 de janeiro de 2015

estas mãos de ninguém


(desenho de Francisco Luís Fontinha)


estas mãos se cruzam no Oceano tua pele
mergulhando nas tuas pálpebras de madrugada
estas mãos te amam
e acariciam
nas tardes envenenadas pelo desejo
estas mãos de ninguém
com todos os cheiros da sanzala
estas mãos de ninguém
com todos os sons do amanhecer
que só o perfume de uma rosa consegue desenhar
e... e escrever
nas sombras do mar
estas mãos se cruzam no Oceano tua pele
que o barco do meu amor suavemente desliza...
como todas as palavras soltas
como todos os vinhedos suspensos no sorriso de uma enxada
estas mãos te amam
e acariciam
estas mãos de ninguém
que o tempo come
e despoja as suas cinzas no cemitério nocturno das gaivotas sem nome...
estas mãos
estas mãos se cruzam
quando todas as luzes se apagam e todos os corpos morrem...



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sábado, 3 de Janeiro de 2015