O fantasma espelhado
da tua voz
caminhando na
lareira do desejo
um cortinado de luz
em direcção ao nada
tristes são as tuas
palavras
acorrentadas ao
silêncio
o falso destino
as imagens melódicas
dos teus lábios
voando no vulcão da
saudade
e da cidade
regressam a mim os tentáculos espinhos de aço
que se alicerçam no
meu peito...
a dor imaginária
quando sei que a tua sombra se confunde com a madrugada
ainda por nascer...
criança
criança desalmada
criança flor no
jardim em chamas...
o fantasma
espelhado...
alimentando todas as
sílabas do cabelo invisível
palmilhando
montanhas e searas nocturnas
subindo as escadas
do sótão sem coração
e embriagado
beijo
o teu
o primeiro...
o último
fim...
fim...
como a vida de um
homem nas margens de um rio.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sexta-feira, 7 de
Novembro de 2014