Este machimbombo
rabugento subindo a calçada,
cá dentro, algumas
insignificantes malas sem destino,
uma guitarra,
e um chapéu de
palha...
partilhamos os
abraços nos cadeirões ensonados,
algures... ouvem-se
os pergaminhos nomes das cidades perdidas,
faltam-me os
cigarros e os livros que deixei no apeadeiro da solidão,
um lenço de papel
chega-me para escrever qualquer coisa parva,
como todas as coisas
parvas que faço...
evito abrir os olhos
porque do outro lado da rua, uma roda dentada,
sobrevoa as árvores
cansadas do Outono,
e este machimbombo
que não anda...
E este relógio que
não pára...
sufocam-me as tuas
palavras de viajante que sobejaram de uma carta não lida,
nunca leio as cartas
que me escrevem...
também... deixei de
escrever cartas,
porque são apenas
pedaços de papel,
com... com falsas
sílabas,
e prometidas
aventuras,
amo apaixonadamente
a noite,
a noite travestida
de cinzento alento...
amo as pedras
acabadas de tomar banho,
quando em finais de
tarde...
acorda o
moliceiro... e o meu corpo se transforma em machimbombo rabugento.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Terça-feira, 4 de
Novembro de 2014
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