Os dias nefastos da
melancolia
a palavra envenenada
na boca de uma
caneta
triste
e só
o círculo do desejo
desenhado na ardósia
noite do sonâmbulo beijo
os dias
do enforcado
movimento pendular
contra a janela do
meu quarto
as sombras
brincam nas
almofadas da solidão
dás-me um beijo
e partes
como uma imagem
ao despedir-se e o
vento a leva
sem perceber
que a morte
é o fim da
fotografia
negra
encurralada nas
ruelas do abismo
demoro-me
e negra
quando acordam os
silêncios da Primavera...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 23 de
Março de 2015