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terça-feira, 27 de junho de 2023

Flor em luar

 

Há uma flor em tua mão

Tua mão em flor,

Tua mão em minha mão

Na tua mão em dor.

 

Há uma flor em papel

Flor na mão tua minha mão de mar,

Uma flor nos teus lábios em mel…

Do mel doce lar.

 

Do mel doce amar,

Uma flor em tua mão…

Uma flor que não sabe falar.

 

Há uma flor de beijar,

Uma pequena flor no teu coração,

Uma linda flor, uma flor em luar.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Silêncio de minerais acesos…

 

Enquanto oiço alguns poemas do AL Berto

Penso

Enquanto me sento nesta tábua invisível

Enquanto procuro o sono no sono

Desta tábua invisível

Penso

Penso e guardo dentro de mim

Algumas das frases dos poemas de AL Berto…

“demoraste tanto, meu amor…”

“nesta cama de minerais acesos…”

Penso

Que sou muito parvo em pensar…

 

Enquanto oiço alguns poemas do AL Berto

Penso

Semeio alguns rabiscos nesta pobre folha em papel

Procuro dar vida

Ao que jamais terá vida

Mas procuro…

Procuro neste silêncio de minerais acesos…

Sei lá eu o que procuro…

Demoraste tanto, meu amor…

 

 

Desta cama acesa no interior de uma caverna

Oiço-o

Penso…

Pensarão que estou louco… e alguns… dizem-no

E se aquilo que tenho é loucura…

Estou tão feliz, louco…

Dessa cama de minerais acesos...

Demoraste tanto, sílaba do sono,

 

Penso

Afrodite do medo

Alucinação das praias doiradas do Sul…

E oiço-te, meu querido…

Oiço dentro deste silêncio onde poiso a enxada do sonho…

A luz

E acredito em ti, meu querido…

E penso

Sim

Meu querido

Penso

Quando dizes… “nessa cama de minais acesos…)

Imagino o sono

Dançando nos braços da madrugada sem destino

Depois

Pergunto-me o que faz esta circunferência de luz…

Na minha mão…

Demoraste tanto…

 

E oiço-te

E escrevo-te

 

Enquanto oiço alguns poemas do AL Berto

Penso

Enquanto me sento nesta tábua invisível

Enquanto procuro o sono no sono

Desta tábua invisível

Penso

 

E deixei de acreditar em ti…

Mentes-me

Sempre

Dizes-me vezes sem conta que abres a janela…

E o mar todo entra pela janela…

MENTIRA

Abro a minha janela…

Grito pelo mar…

E nada…

Nem a espuma dos dias

Nem

Os dias em espuma…

 

Mas oiço-te

E dirão que estou louco por te ouvir…

Não me importo

Com a tua paixão

Tão pouco com a minha…

Apenas desejava  

Meu querido

Que quando gritasse pelo mar…

O mar todo entrasse pela janela…

 

 

 

26/06/2023

As árvores do desejo

 

Voa a paixão nas tristes árvores do desejo

Que abraça o medo da solidão,

Quando na claridade

De um beijo,

Um tamarino em tua mão

Chama a si a clepsidra da saudade,

 

E do homem que sou,

Dos meus olhos tristes no sémen das palavras envenenadas

Uma árvore se cansou

Como se cansam no fervilhar do prazer

As madrugadas que não tenho, nas madrugas em que vou,

Não vou mais viver,

 

Viver para quê, se a vida é apenas uma sombra de luar

Em direcção à morte,

E quando se vive a paixão nas tristes árvores do desejo,

No triste orvalho sem destino,

Há sempre uma flor cansada de gritar…

De gritar por aquele triste menino,

 

E deste corpo sem sorte,

A nuvem de luz sem tino

Corta a cabeça milenar das cansadas

Espadas,

Nas espadas… deste pobre menino,

Menino que espera pela morte.

domingo, 25 de junho de 2023

Silêncio de mel



O teu corpo…

O teu corpo é um poema que se escreve a cada noite de insónia

O teu corpo

O teu corpo é um pedacinho de luz

Na escuridão da paixão…

Quando a lua beija o mar.

 

O teu corpo é um silêncio de mel

Uma estrela sem nome

Lá longe

Lá longe…

Do teu corpo.

 

O teu corpo

O teu corpo é o colorido da manhã…

A cada sorriso de uma lágrima

No teu corpo

Acorda o pôr-do-sol

Que alguém desenhou…

No teu corpo.

 

O teu corpo…

É o poema

Com palavras

Ou com apenas silêncios de mel…

A cada noite que passa

Depois de cada dia

Se agarrar ao teu corpo

De silêncio de mel...

Em beijos de poesia.

 

O teu corpo

O teu corpo é uma jangada em desejo

É a tempestade do mar revolto…

O teu corpo

O teu corpo é o socalco que olha o rio…

Desse teu corpo rio

No teu corpo…

Em silêncio de mel.

 

 

 

 

 

25/06/2023

(depois…, claro. Que sou louco, que sou tolo… devido às merdas que escrevo e às merdas que desenho)

 

 

 

25/06/2023

domingo, 18 de junho de 2023

Tratado filosófico do [Matrafoines]

 

Do tudo,

O nada…

Quando o tudo é um conjunto de pontos coloridos,

Que marcham sobre o pavimento laminado de uma recta infinita…

E quando o nada,

O nada não é mais do que uma equação complexa,

Muito mais complexa do que as equações diferenciais do terceiro grau…

Que o professor Mário Abrantes nos falava,

Dessas,

Dessas não tinha eu medo…

Agora das outras…!

 

Querem-me fazer acreditar

Que do nada,

Do perfeito vazio…

Alguma coisa pode acordar…

Não,

Não poderá ser,

Nunca.

 

Acredito em tudo,

Acredito que toda a matéria do Universo se expandiu,

Antes explodiu…

Que até provavelmente Adão tenha dado a sua melhor queca…

Com a adorada Eva…

Mas do nada,

Do nada acordar alguma coisa?

Não…

 

Nasci para ser rico e lindo.

Rico sei sou,

Apesar de ainda não ter encontrado a fonte monetária em que os meus pais investiram…

Já procurei em algumas,

Em Euros ainda não procurei,

Não vai adiantar…

Porque quando nasci ainda não existiam…

Talvez mais logo procure nos [Matrafoines],

Isto é,

A moeda oficial de Marte…

Quem sabe?

Diziam-me que o meu pai era pintas…

Quem sabe,

 

Quem sabe se o sol nasça sem olhos,

Ou a lua…

Quem sabe se logo a lua apareça sem lábios…

Ou as estrelas,

Ou as estrelas sem ninguém,

Quando do perfeito juízo

Acorda uma pequena borboleta.

O sono eleva-se sobre a coroa invisível da saudade,

E diga-se que esta…

Que esta também pertence às equações complexas…

Mas que fazer,

Quando uma fotografia morre…

Passa a ser o nada,

A ausência…

E depois,

E depois querem-me fazer acreditar…

Que deste pequeno nada…

Um dia,

Biliões de dias depois…

Acorde alguma coisa…

Que quer ser tudo…

E que nunca foi nada.

Não,

Não posso acreditar.

 

Mesmo assim, desenho sobre estes pontos coloridos que marcham sobre uma recta infinita…

Que apelidaram de tudo,

Desenho sobre estes pontos coloridos o beijo,

Quando a mãe beija o filho…

E o filho…

Por mais que procure a mãe para a beijar…

Nunca a encontrará…

Porque também ela,

Também ela pertence ao nada.

 

E depois que sim,

Que sou um parvalhão,

Assim-e-assado,

Mais cozido do que passado,

Abro a janela…

E do nada…

Do nada… aparece na minha mão o primeiro capitulo da solidão.

 

Afinal…

Afinal do nada pode sempre acordar alguma coisa…

 

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

18/06/2023

quarta-feira, 14 de junho de 2023

O rio luz

 

Neste pedacinho de luz

Que às vezes se esconde

Se esconde no teu olhar…

Que às vezes brinca

E alimenta o meu olhar…

Neste pedacinho de luz

Onde escrevo o teu nome…

Vêm a mim

(Quando cai a noite sobre a sombra das minhas mãos…)

Vêm a mim

Todas as estrelas do silêncio.

 

Neste pedacinho de luz

Que é ausente

Que é carente

Que ainda não tem nome…

Neste pedacinho de luz

Escondo o teu olhar…

E a paixão em fome.

 

Neste pedacinho de luz

Deste pequenino pedacinho de luz

Que sofre quando a madrugada se abraça à insónia

Quando a insónia me abraça

E me beija

Neste pedacinho de luz

Ao cair da tarde

Junto ao rio…

A este pequenino pedacinho de rio…

Que tem nome

Que ama

Que deseja…

E apenas o conheço…

Como o rio luz.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

14/06/2023

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Silêncio da tua boca

 

Escuta o silêncio,

Escuta o silêncio, meu amor…

Fecha os olhos,

Esconde os teus lábios na minha boca,

E…

E sonha, meu amor…

E sonha.

 

Escuta o silêncio,

Escuta o silêncio, meu amor…

Escuta o silêncio e lê as minhas palavras,

Fecha os olhos,

Pega na minha mão…

E serás a dona de todas as madrugadas.

 

 

 

 

Luís

01/06/2023

quarta-feira, 31 de maio de 2023

Janelas

 

Não estejas triste,

Não estejas triste meu amor,

Não estejas triste se uma das janelas quebrou,

Olha… aprendi a viver sem janelas…

E sou tão feliz.

 

Não estejas triste,

Não estejas triste meu amor,

Não estejas triste se o teu jardim não tem flores…

E flores, meu amor…

Flores…

Olha,

Quem sabe se não terá algo de mais importante de que flores…

 

Flores meu amor…

Tantas coisas que são mais importantes de que flores.

Não estejas triste,

Não estejas triste…

Meu amor,

Não estejas triste se a noite é tão longa.

 

 

 

 

Luís

31/05/2023

Navio de sono

 Este velho navio

Transporta-me para os teus braços

Quando a noite sitiada no teu ventre…

Um poema de lágrima

Sorri nos teus lábios.

 

Navega nos teus lábios

Este velho navio de sono

Em pequenos círculos

Navega nos teus lábios

O astrolábio dos teus olhos…

 

Veneno que mata as estrelas

As estrelas que iluminam este velho navio

Que os teus lábios absorvem…

Da noite embrulhada nos teus seios…

A madrugada apenas nos pertence.

 

 

 

Luís

31/05/2023

Temporal

 Erguia-se em ti

O temporal da manhã

Canfora madrugada

Das tuas mãos de fada

Erguia-se em ti

O temporal da manhã

E com ele

Regressavam todos os esqueletos dos poemas escritos durante a noite…

E fiquei sem noite,

 

Erguia-se em ti

O temporal da manhã

Abraçado aos parêntesis da insónia

Erguia-se

Em ti

A manhã

Do temporal dos teus lábios…

Nos teus lábios com estória.

 

 

 

Francisco

31/05/2023

sábado, 27 de maio de 2023

Do teu corpo

 

Do teu corpo

Que abraço

No teu corpo onde escrevo o sorriso da manhã

E desenho o gemido da noite

Do teu corpo

Que abraço

No teu corpo

Que beijo

Do corpo

Que enlaço

Em desejo

Neste quarto.

 

Do teu corpo

Que abraço

Que beijo

E enlaço

No meu corpo

No teu corpo

O desejo

O abraço.

 

Do teu corpo

Que abraço

No teu corpo onde me deito

Nesse corpo

Das palavras

Dos desenhos

E dos beijos

Do teu corpo

Esse corpo

Nesse corpo que beijo

O do abraço

O silêncio

Em palavras

Em pequenos gestos…

De pequenos beijos.

 

Do teu corpo

Que abraço

No teu corpo me endireito

Do teu corpo

O uivo louco da tarde

Do teu corpo

Entre palavras

Entre corpos de luz

Me deito

Me abraço

E beijo

O teu corpo

Do corpo

Do corpo que me seduz.

 

Do teu corpo

O meu corpo

Enrolado em milhões de estrelas

No meu corpo

Deitadas

Quietinhas…

Quando o teu corpo

No meu corpo

Ferve.

 

Do teu corpo

O abraço

Quando o teu corpo

No meu braço

Voa

Voa para dentro de mim.

 

E do teu corpo

O meu corpo

Dois pontos de luz

Duas pequenas esferas de polietileno

Que dançam na noite

Que fervem

Que fervem como os nossos corpos

E dizem que são felizes

Muito felizes.

 

 

 

Francisco

27/05/2023