sábado, 28 de outubro de 2023

Noite de mim

 Encosta o teu olhar

Ao meu olhar,

Abraça-me, abraça-me clandestinamente

Como se eu fosse um foragido,

Um condenado por um qualquer pequeno delito,

Enquanto me sacio com esta lareira,

Que me ilumina, que nos ilumina…

Quando mais logo, quando mais logo regressar a noite…

E a noite nos beija,

Nos beija sibilinamente,

 

Abraça-me, encosta o teu olhar

Ao meu olhar,

Abraça-me clandestinamente,

Enquanto todos os pássaros dormem,

E a noite se veste de poema.

Abraça-me e encosta o teu olhar

Ao meu olhar,

Abraça-me enquanto a lua poisa nos teus seios…

E o luar,

E o luar escreve em ti… amo-te,

Dos teus olhos de mar,

Como eu,

Clandestinamente.

 

 

28/10/2023

Lábios de mel

 Desenho o fatídico beijo nos teus lábios de mel

Dos teus lábios poéticos

Do dia que não quer acordar

E no meu peito

Sinto os teus olhos de mar,

 

Desenho o beijo

Em teus lábios de mel

Manhã sonolenta

Manhã quase perfeita

Nas tuas doces mãos de seda,

 

Nas tuas doces mão de feiticeira

Quando desenho o beijo

Transparente

Leve como um pequeno suspiro

Quando inventas um sorriso,

 

Desenho o beijo

O fatídico beijo

Em teus lábios de mel

Nos teus lábios em desejo

Por palavras,

 

Sombras nos teus lábios

Beijo envenenado que desenho

Em teus lábios de mel

Em teus lábios de purpura insónia…

Quando a insónia é uma caverna de prazer.

 

 

28/10/2023

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Flor do meu jardim

 Pareces um anjo do meu sonhar,

Flor do meu jardim,

Poesia

Do meu dia,

Pareces uma estrela-do-mar

Quando dormes assim,

Embrulhada no perfume da insónia,

Pareces um anjo do meu sonhar,

Pintura da madrugada,

Pareces uma flor,

Uma flor do meu jardim…

Que nunca se cansa de te olhar.

 

 

27/10/2023

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Nos teus lábios

 Aos poucos, a mesa ficou vazia,

Aos poucos, a casa ficou vazia,

Tal como eu, só…

Aos poucos, davas-me a mão,

E aos poucos,

A mesa voltou à azafama de outros tempos,

E a casa,

Novamente em alegria.

 

Aos poucos, pensava que enlouquecia,

Aos poucos, acreditava que era impossível voltar a voar…

Aos poucos, com a tua mão,

Aos poucos me fui erguendo,

Aos poucos tropeçando…

E hoje és o meu poema e a minha canção…

Aos poucos vou desenhando sorrisos na manhã,

E escrevendo beijos nos teus lábios.

 

 

26/10/2023

Os teus olhos

 São os teus olhos, meu amor,

São os teus olhos que iluminam este túnel frio e escuro,

Que alguém apelidou de vida.

São os teus olhos, meu amor,

São os teus olhos que me servem o pequeno-almoço do desejo,

De olhar os teus olhos.

 

São os teus olhos, meu amor,

O primeiro poema da manhã, mesmo quando a manhã se esquece de acordar,

E os teus olhos me abraçam,

E os teus olhos me lançam ao mar…

São os teus olhos, meu amor,

São os teus olhos o primeiro ramo de flores que recebo, pela manhã,

 

 

 

26/10/2023


 Como dizia a minha mãe…, seja o que Deus quiser.

Diáfana maré

 Silêncio

Tuas mãos em meu rosto

Tuas mãos abraçadas ao meu coração

Teus lábios de Agosto

Quando o mar se veste de canção,

 

Silêncio

Quando o mar é a luz do meu amanhecer

E dos teus olhos recebo a manhã em despedida

Que não se cansa de crescer

Que não tem medo da partida,

 

Silêncio

Tuas mãos em meu rosto

Teu sorriso embriagado em maré diáfana

Meu silêncio desgosto

De ver partir a manhã profana.

 

 

 

26/10/2023