Vivia
no púbis desejado
Do
silêncio amanhecer,
Cresceu
em mim e, partiu
Da
vida que sempre quis ter.
Certo
dia, recebeu um telegrama envergonhado,
Não
trazia remetente,
E
assim,
O
eterno enforcado,
Desconhecia
Que
o seu amante
Pretendia,
Um
dia,
Lhe
escrever.
Como
alguém dizia;
-
Cuidado, eterno enforcado,
Viver
no púbis desejado,
Não
é a mesma coisa
Que
pertencer ao beijo amado.
E
o pobre do eterno enforcado,
Cioso
da vergonha alheia,
Sentou-se
numa pedra de espuma
Pensando
que ao longe, na aldeia,
Habitavam
as coxas moribundas
Das
janelas em cio;
Que
vergonha, eterno enforcado,
Que
vergonha!
Púbis
e coxas há muitas na saliva do prazer,
Palavras
de merda, como as minhas, acordam ao entardecer,
E
sabendo que o vagabundo
Do
eterno enforcado,
Viajou,
Correu
mundo…
E
não passa de um triste amado.
Deixou-se
penhorar
Pelo
prazer
Num
dia de Verão,
Sentado,
não sabendo ler,
Percebeu
que as árvores em flor,
São
coxas,
São
púbis,
São
canção
De
embalar,
São
versos de amor,
São
sílabas de foder.
Dois
mais dois
São
quatro braços abraçados,
Duas
pernas,
Alguns
enforcados,
E
vinte e cinco sombras a voar;
Sabes,
eterno enforcado?
A
vagina é uma fotografia para o mar,
É
a raiz quadrada do prazer,
É
cateto amanhecer,
É
hipotenusa maldisposta,
E
mais dois são seis,
Seis
versos de embalar…
Seis
versos sem resposta.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
23/09/2021