Poisa na minha mão
adormecida
Uma abelha de luz
envenenada,
Sinto-a escrever nesta
dor
As derramadas palavras de
adormecer,
Sinto-a, sinto-a crescer
Neste tranquilo jardim em
flor.
Da abelha, da abelha apaixonada
À eterna partida,
As sílabas do amor.
Poisa neste verso
alicerçado
Do triste caderno quadriculado,
As amêndoas pequeninas,
São tuas, são minhas,
São palavras são rainhas.
E então, ao acordar,
Sinto-as nos beijos
pergaminho,
São equações de sangue,
São presépios e vinho,
São palavras, palavras do
meu vizinho.
As fórmulas que tenho de
saber,
São elas também palavras
de aprender,
São o mar a arder,
São desejos de prazer.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 24/09/2021
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