Calculo a raiz quadrada
Do desejo,
Obtenho a paixão,
Multiplico-a pela
derivada
Do beijo,
Subtraio os versos da
minha mão;
E, meu Deus,
Sem o saber,
Obtenho uma canção.
Entre calcular
E escrever,
Prefiro o pintar,
Prefiro acariciar a tua
pele de equação tangente
À curva do teu corpo,
Sabendo que toda a gente,
Sabe desenhar;
E ela, sem o perceber,
Sente,
Sente o mar a correr.
Sente nos lábios o beijo,
Depois de verificar
Que a integral da insónia
É apenas a área sombreada
do púbis,
Elevado ao quadrado,
Seno da luz amar
Que brinca dentro de um
trapézio.
Escrevo no pavimento
térreo
Das tuas coxas,
O eterno sonífero das
manhãs ensonadas.
Passo as madrugadas
Inventando equações de
prazer,
Quando desce do luar,
Sob o tecto do silêncio,
Pequenas quadriculas de
saliva,
Correm para o mar.
E, enquanto oiço os teus
gemidos,
Vejo um ponto esquecido
no espaço tridimensional;
(seios;-beijos,coxas)
Eis as suas coordenadas.
Cerro os olhos,
Desligo os electrões que
iluminam o meu cansaço…
E,
Percebo que és uma
equação diferencial ordinária.
Francisco Luís Fontinha
Alijó. 30/09/2021
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