Simplesmente
me ausento
Da
leviandade dos dias tristes.
Finalmente
regressa a noite,
E
com ela,
Todas
as palavras da aldeia também regressam.
Uma
ruela sem saída,
Uma
porta entreaberta desenhada nos pingos da chuva,
Um
sombreiro em solidão,
Caminha
pela ruela sem saída.
O
autocarro não parou hoje na paragem;
Aliás…
o autocarro hoje não acordou.
Talvez
amanhã me venha buscar para o infinito…
Amor,
Amar.
Simplesmente
me ausento
Da
leviandade dos dias tristes.
A
saudade,
Sempre
presente nestas quatro paredes de inferno,
Quase
que estamos no Inverno,
E
mesmo assim,
Hoje,
O
autocarro não apareceu;
Esqueceu-se
de mim,
E
das minhas palavras.
Penso…
Amanhã
o que será de almoço,
Mas
não me preocupa que o autocarro, hoje, tenha adormecido.
Simplesmente
me ausento das sombras desta casa,
Como
se existisse um relógio para o dia e outro para a noite…
A
saudade,
Suspensa
na claridade dos livros empilhados até ao tecto,
Esperam
por mim,
No
jardim,
Sentados
no banco em marfim.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
03/11/2019