Quem
és tu, meu amor!
Que
me aprisionas todas as madrugadas.
Quem
és meu amor!
Das
ribeiras cansadas.
Quem
és tu, meu amor!
Que
me iluminas nas tardes passadas.
Quem
és tu, meu amor!
A
flor que desenha no meu olhar,
As
roseiras,
E
o mar.
Quem
és…
Menina
das palavras,
Dentro
dos livros embriagados,
Pelo
silêncio,
Que
um dia,
Ao
acordar,
Poisem
as gaivotas na minha mão,
E
acordem os corpos camuflados,
Num
coração.
Quem
és?
Papel
onde escrevo,
Corpo
que me alimenta,
E
sinto,
E
vejo,
A
neblina cinzenta,
Como
uma pedra invisível,
Como
a água-benta.
Que
és… meu amor!
Meu
relógio desgovernado,
Suspenso
na claridade das tardes sonolentas,
Gritas,
Vens,
Avanças
sobre mim como uma flecha,
Que
arde no peito,
E
me deito,
E
durmo a sesta.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
30/10/2019