O
fogo, sem ti, não é fogo.
É
cansaço que se apodera dos braços,
É
flor que morre na tua mão,
É
avenida deserta, nesta cidade, sem pão.
O
fogo, dos beijos baços,
É
jardim de árvores caquécticas,
Adormecidas,
Tortas.
O
fogo, sem ti, não é fogo.
É
noite mal dormida,
Sorriso
na parada do sofrimento,
De
olhar distante,
É
sirene da alvorada,
Muro
em xisto,
Que
atormenta minha amada…
Ai,
meu amor, o fogo, sem ti…
Atormenta
tanta gente.
O
fogo, sem ti, meu amor,
É
a luz das esplanadas de Verão,
São
ruas,
Casas…
São
barcos encostados ao portão,
Quando
o meu quintal dança nos teus lábios de algodão,
O
fogo, sem ti, meu amor,
Não
é nada, nem pão, nem pedras poisadas no coração.
Amanhã,
se o fogo, sem ti, não for fogo,
A
minha vida é um pequeno conto,
Palavras…
Palavras,
meu amor, sem ti!
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
1 de Maio de 2018