segunda-feira, 7 de março de 2016
domingo, 6 de março de 2016
Da lentidão dos desejos
Simplifico-me
nas tuas asas
Deusa
do sofrimento
Madrugada
em despedida
Quando
o corpo cessa de sonhar
E
viver
Na
esperança perdida…
Sofro
E
faço sofrer
A
minha mãe querida
Um
artista
Camuflado
no desejo
Esperando
o regresso da paixão
E
ela
Não
vem
Morre
Como
morreu o meu coração
Nas
avenidas despidas e incrédulas
E
simplifico-me
Nas
tuas asas
Minhas
esperas…
Sinto
o arrepio da morte
Poisado
nos meus ombros
A
plenitude rebeldia dos teus braços
Entrelaçados
no meu pescoço magriço
Frágil
corpo nas tuas mãos
Sangrando
O
feitiço
Do
amor
De
amar
Quem
me ama?
Seu
grande impostor…
O
Doutor
Engenheiro
Poeta
E
escrivão da corte…
O
morto
Vampiro
das noites sem sorte
Agora
sinto-o
Aprecio-o
E
fujo dele…
Ai
de mim meu amor indefeso
Cruxificado
numa esplanada
Junto
ao Tejo
Pois
claro
O
Tejo
Simplificado
Amargo
O
círculo do púbis do amanhecer
Sangrando
novamente
Sem
o querer…
O
viver
A
almofada do sentir
Prisioneira
do servir
Amargo
Beijo
Da
lentidão dos desejos
Coitados
Tão
poucos
Os
beijos
Amargos…
Francisco
Luís Fontinha
domingo,
6 de Março de 2016
sábado, 5 de março de 2016
Ausência
Ausento-me
tantas vezes do meu corpo que até me esqueço que existo, verdade, tenho dias
que não me pertenço, sou o nada, sou a sonâmbula madrugada vestida de ressaca,
o triângulo equilátero suspenso na ardósia do medo, permaneço incrédulo, pasmo,
ausento-me tantas vezes…, e nunca regresso ao ponto de partida,
Assim,
então, és um desgovernado transeunte disfarçado de mendigo, assim, então, és a
poesia trazida dos Oceanos do sono, porra, ignoras-te, sentes na pele a
derradeira separação, o frio, a geada, as tardes enganadas em Vila Real,
esperando tu, o quê?
Sete
dias sem dormir, um bar quase a encerrar, e não tenho para onde ir…
Assim,
então, és uma ratazana de esgoto, literatizes-te menino da geringonça,
amordaçado pelo tempo,
Fui,
Fazes
bem,
Ausento-me
tantas vezes
Ontem
veio a carta para pagar a electricidade, não tenho dinheiro para a pagar…,
foda-se. Quarenta euros? Nem TV tenho, só se for a insuflável boneca que cá
deixaste,
Parvo,
Parva,
Ausento.me
tantas vezes, dias horas, minutos e segundos, são apenas palavras, palavras,
palavras de nada…
Parvo,
De
nada.
Francisco
Luís Fontinha
Sábado,
5 de Março de 2016
sexta-feira, 4 de março de 2016
Rua sem saída
Hoje
sinto-me um poço de sonhos,
Perdido,
como sempre, nesta rua sem saída,
Nesta
cidade em despedida
Que
me viu partir apenas com uma mochila e um livro na mão…
Papeis
poucos, uma esferográfica antiga,
E
um beijo,
Hoje
sinto-me um poço de sonhos,
Galgando
o frenesim das almas sem descanso,
E
dos cadáveres adormecidos pelo tempo,
Hoje,
hoje pesa-me o cansaço da paixão
Que
deitei fora numa certa madrugada,
E
um beijo… e um beijo em papel.
Francisco
Luís Fontinha
sexta-feira,
4 de marco de 2016
quarta-feira, 2 de março de 2016
Musseque desventrado
Não,
não meu amor,
A
lua não te pertence,
A
lua é um esconderijo de beijos,
Uma
cidade inanimada…
Um
musseque desventrado
Com
vista para o mar,
Não,
não meu amor,
A
lua não é um veleiro à deriva,
Uma
cascata da vida,
A
lua, meu amor, a lua nunca te pertenceu…
E
nenhum de nós a pode abraçar,
Como
se abraçam as árvores
E
os pássaros na Primavera!
Francisco
Luís Fontinha
quarta-feira,
2 de marco de 2016
terça-feira, 1 de março de 2016
Poemas Perdidos – Francisco Luís Fontinha
Vendo o meu novo livro “Poemas Perdidos” P.V.P. 10,90€. Encomendas para: fontinha_francisco@sapo.pt
Envio à cobrança.
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
O falso louco
Amar
o falso louco
Quando
da noite regressam os comboios da saudade
Imprimir
as rugas da infância
No
pedaço de terra encharcada de silêncio
Depois
de acordar a madrugada
Amar
o falso louco
Quando
do louco nada sobressai nas tardes de uma cidade abandonada…
Sem
transeuntes para conversar
Sem
transeuntes para brincar
Deito-me
sobre as pedras afiadas do desejo
Invento
crianças nas minhas brincadeiras
Desenho
círculos na areia
Antes
que o mar os apague
E
novos círculos são desenhados por outros falsos loucos
Como
eu…
Como
nós.
Francisco
Luís Fontinha
segunda-feira,
29 de Fevereiro de 2016
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