A morte em seu
regressar
palmilhando
aventuras
despedindo a dor e o
sofrimento
a morte em seu
regressar
das catacumbas da
insónia
há nas tuas
pálpebras de amêndoa
um poema embebido em
lágrimas
há nos teus ossos a
sinfonia da partida
a morte... a morte
sem melodia
perdes-te na cidade
andas descalço até
tombares no chão
como um soldado...
como um canhão,
Não gritas
não inventas
desculpas para a tua viagem
nada levas
tudo em ti pertence
à poeira
e ao cansaço de
viver
a morte em seu
regressar
entre nocturnos
pássaros
e desnudas nuvens de
incenso
a morte... a morte
da palavra
quando todo o papel
arde na tua mão...
e tu... e tu sem
nada dizeres
impávido...
olhas-te no espelho... e constróis sorrisos de vidro!
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 9 de
Novembro de 2014