Oiço-te as palavras amargas
saltitando dentro de um cubo gelatinoso
ao vidro vêm as sílabas dos suspiros
da manhã
às páginas em pétalas adormecidas
é no cansaço da vida que acorda a
maré de Outubro
e os pilares de aço que sustentam as
arcadas imaginárias dos barcos
dormem
tombam nos jardins cobertos de nuvens
peço às gaivotas que me deixem
caminhar sobre o manto vertical de espuma
em cristais de iodo e sorrisos de
silício
papeis dispersos nas ruas desenhadas
nos lábios da cidade
em compasso
dormem
tombam nos jardins cobertos de nuvens
as tuas mãos de Primavera.
(poema não revisto)