Roubo
as palavras aos meus poemas.
Nem
assim ficas contente,
Pareces
o vento,
Na
cama sorridente.
Roubo
as palavras aos meus poemas,
Vejo-te
em sofrimento
Como
um gladíolo camuflado,
Vai
haver uma revolução…
Todos
as flores,
Serão
todas as espingardas,
Que
vão tomar conta da cidade.
Roubo
as palavras aos meus poemas,
Roubo
os versos,
Os
livros,
E
fujo de ti.
O
cansaço levo-o,
E
a enxada da tristeza, também,
Roubo
todos os desenhos nas paredes envernizadas da minha casa,
Um
casebre ambulante,
Numa
qualquer cidade,
Disfarçada
de aldeia,
Entranhada
nas montanhas do sangue…
Abruptamente,
sofro com a tua partida.
Roubo
as palavras aos meus poemas,
Batem-me
à porta,
O
carteiro não será,
Hoje
é Domingo
Páscoa,
Dia
Santo…
Santo
não o sou,
Se
o fosse queria ser o santo das esquinas,
Onde
habitam os meus amigos,
Parentes
e familiares…
O
fim de tarde,
O
fim dos livros, nos fins de tarde;
O
domingo fatídico…
Abstracto,
Como
sempre foram os meus Domingos.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
21/04/2019