Hoje
visitei a cidade das esplanadas, sentei-me no teu colo, mergulhei no teu
perfume, sabia-me a saudade acorrentada a um triste cubo de vidro, não importa,
amar-te-ei sempre, amar-te-ei eternamente sempre, mesmo que o rio se esconda no
pôr-do-sol, amar-te-ei
Tive
um sonho, revistavam-me a casa, conversava com o meu pai sobre os meus poemas,
sobre livros, sobre as coisas mais simples da vida,
Toma
conta da tua mãe,
Amar-te-ei
eternamente só, amar-te-ei eternamente até que a morte me transforme em poesia,
e a minha cinza seja lançada ao mar, sempre amei o mar, sempre amar-te-ei
eternamente te,
Hoje,
visitei a cidade das esplanadas, sentei-me, não estavas lá, a tua ausência
recorda-me o livro de “Boris Pasternak” “O Doutor Jivago”, Lisboa, 1987, há
tanto tempo que recuso afirmar se o amar-te-ei é verdadeiro ou apenas um sonho
de amar, uma nuvem, a chuva descendo devagarinho sobre o teu corpo de chocolate
Falavas-me
de ter juízo, mas pai, sabes que nunca tive juízo, nasci assim, sou assim, eu sei
meu filho, eu sei, mas tento conversar contigo todas as noites, mas tu, meu
filho, sempre ocupado, pareces uma ribeira descendo a montanha,
O
teu corpo de chocolate derretendo nas minhas mãos, os teus olhos alicerçados
aos meus olhos, amar-te-ei? A menina dança…!!!!!!!!!!!!!!!!!! Não, esqueça,
desista de mim, e vou desistir de conversar contigo, sempre as mesmas palavras,
tu falas, eu, eu oiço, sempre as mesmas palavras…
(ficção)
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
domingo,
25 de Outubro de 2015