Todos
os corpos são frágeis quando a mendicidade do desejo assombra a melancolia,
nunca consegui perceber a loucura da paixão, o silêncio, a acto de permanecer
suspenso nas tuas palavras, os teus beijos aprisionados, a tua boca penhorada aos
meus lábios, quando percebo que na tua mão habita a saudade, o perfume da
esperança e a liberdade,
Comes-me,
meu amor,
Carnívoro
sonho, peneirento abismo nas carcaças devoradas pelos abutres, obrigado, de
nada, sempre às ordens do cansaço, meu amor, reconhecer a saudade do Inverno de
ontem, à noite, meu amor, um pilar se sémen conquistando o embuste magnético da
madrugada,
Todos
os corpos, meu amor,
Ossos,
envenenados orgasmos entre palavras e palavras não palavras, escondo-me, meu
amor, escondo-me no teu púbis de granito, desapareço na tua vagina, abro a
janela… olá, bom dia hoje dormi mal, quase
Todos
os corpos,
Quase
mergulhei no texto da infância, e pergunto-me… quem vai ler esta “merda” ou
gostar desta “merda”, ninguém, claro, meu amor…
(ficção)
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sábado,
24 de Outubro de 2015
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