Não
me ouves
Caminhas
desorientadamente
Entre
O
silêncio e a espada da morte
Lá
fora vivem as sombras do teu cabelo
E
a maré dos teus seios
Não
invento amores
Nem
paixões
Escrevo-as
sobre as lápides madrugadas junto ao Tejo
O
cheiro
Teu
O
teu cheiro envenenado pela solidão
Das
palavras
E
dos olhares de vidro
Os
charros fumados
Sem
sabermos que amanhã
Segunda-feira
Nada
para fazermos
Ou
lemos
Ou
desenhamos
Ou…
Ou
construímos cavernas de incenso
Nas
pinceladas nuvens do amanhecer
As
palavras
Que
nunca tive oportunidade de te dizer
Não
o quero
Fazer
Ou…
Ou
escrever…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Domingo,
3 de Maio de 15