(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
Esse teu corpo de
luz
algures no espaço
da solidão
ouvindo as lágrimas
sem nome
que anoitecem na
minha mão
esse teu corpo de
vulcão
descendo a montanha
do vento
depois...
alicerça-se nas árvores negras da tua boca
sílabas
estonteantes
e loucas
na ardósia tarde da
melancolia
a eira em ferida
o trigo em chamas
salivadas pelo
silêncio das palavras
e das vergonhosas
gaivotas sem asas
esse teu corpo de
luz
dançando na
alvorada meus lábios
demoradamente sós...
perdidas
esquecidas
mortas...
como todos os corpos
de luz
como todas as
palavras...
murmuradas
… e amadas.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 11 de
Janeiro de 2015