(desenho de
Francisco Luís Fontinha)
Habito nesta cáfila
cúbica de palavras envenenadas pela insónia
oiço o cheiro das
sílabas camufladas pelos rochedos da madrugada
não me perguntes
porquê...
quando deixo de
sentir o sorriso nocturno dos candeeiros em flor
há neste jardim
pássaros ferozes
incendiados pelo
incenso
que gritam
guerreiam... e
sonham
e sonham como se
estivessem esquecidos numa ilha sem nome
um barco desnorteado
enforcado
nos lábios da
cidade de vidro...
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 10 de
Janeiro de 2015