Mostrar mensagens com a etiqueta paixão. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta paixão. Mostrar todas as mensagens

sábado, 22 de julho de 2023

Poemas do mar

 

Deixei de escrever poemas para o mar

Deixei de desenhar…

Deixei de desenhar para o mar

 

Deixei de ter palavras

Que sempre pertenceram ao mar

Deixei de escrever palavras

Para o mar

Palavras

Que sempre foram do mar

 

Deixei de escrever poemas para o mar

Que sempre pertenceram ao mar

Deixei de ter sono

Que sempre pertenceu à noite

Deixei de escrever palavras

Parvas palavras

Para o mar

 

Deixei de escrever poemas para o mar

Deixei de desenhar…

Para o mar,

 

E mesmo assim,

O mar…

Sei lá onde poisa este meu mar…

Das nuvens cinzentas

Dos poemas de embalar

Das luas e dos tristes silêncios

Que também eles

Sempre foram do mar.

 

 

 

22/07/2023

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Arte

 Amo-te

Amo-te nesta escuridão estrelar

Em teus olhos de alegria mar,

Amo-te quando te veste de veleiro…

E corres para os meus braços,

Em palavras,

Das palavras,

Deste silenciado mar.

 

Amo-te

Amo-te quando regressa da noite o teu olhar,

E nos teus doces lábios de mel…

A minha voz se deita,

Dorme…

E inventa nos teus lábios

A sabedoria,

A filosofia…

E a arte de te amar.

 

 

19/07/2023

terça-feira, 18 de julho de 2023

O luar das lágrimas

 Encosta a tua mão

À minha face

Desenha nela o Sol

Ou um pedacinho de sorriso,

 

Encosta a tua mão

À minha face,

 

Afasta dela a tristeza

E as noites de insónia,

 

E faz com que a noite deixe de ter lágrimas,

 

Que a minha noite deixe de ser o luar das lágrimas.

 

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

(inédito)

Doce olhar

 Escondes-te no pedacinho de luz do teu olhar

No teu olhar

De doce mar,

Escondes-te no silêncio dos teus lábios

Teus lábios de mel

De mel amar,

Escondes-te na inquietude do teu cabelo

Ao vento

Em poesia,

Escondes-te atrás de uma parede invisível

Enquanto a noite se despede de mim,

Enquanto a noite me proíbe de desenhar o teu doce olhar.

 

 18/07/2023

domingo, 16 de julho de 2023

Poema do silêncio

 

Encosta a cabeça ao meu peito

Enquanto com a minha mão

Escrevo no teu corpo

O poema do silêncio

E do desejo,

 

Escrevo nos teus lábios

Com os meus lábios

A história deste poema

Que procura na escuridão da noite

O silêncio do teu olhar,

 

Encosta a cabeça ao meu peito

Doce flor em papel perfumado

Pedacinho de Primavera

Encosta a cabeça ao meu peito

E finge que as tuas lágrimas são estrelas,

 

São palavras de amar.

Encosta a cabeça ao meu peito

Enquanto há luar

E marés a esconderem-se

Na tua mão,

 

Que procuram o meu olhar,

Encosta a cabeça ao meu peito

E imagina o meu corpo

Sepultado dentro do teu

E nos braços do mar.

 

 

 

16/07/2023

Versos em luar

 

Escondo o meu silêncio nos teus seios de prata,

Na promessa,

De amanhã regressar,

Não ter medo desta janela em lata,

Nem ter medo de te amar.

 

Escondo no teu desejo,

O meu desejo,

Escondo as minhas mãos dentro dos teus gemidos…

Sem perceber se este poema,

Se estes versos…

Um dia terão um pedacinho de ti,

 

Escondo-me no teu corpo em delírio,

Quando com os meus lábios escrevo nele o primeiro poema da manhã…

 

E o mar nos abraça.

Escondo-me de ti, dentro de ti…

Neste mar de inveja que nos assombra,

Deste mar que os assusta,

Deste mar de te amar,

Enquanto no meu olhar

Dançam as estrelas dos teus lábios.

 

Escondo a minha arte

Nos teus lábios de primeira lágrima da manhã,

E lanço neles as cores que a noite deixa em mim,

Escondo-me em ti,

Dentro de ti…

E de mim.

 

Escondo o desejo de te amar

Nas tuas mãos,

Quando me acaricias e nos perdemos na noite…

Quando somos envenenados pela noite,

E de dentro de ti…

Erguem-se os versos em luar,

E a vontade de te amar.

 

 

 

16/07/2023

quinta-feira, 13 de julho de 2023

O medo

 

Existe uma parede

Que não me deixa ver-te

Uma parede invisível

Apelidada de medo

Medo de olhar-te

E amar-te,

 

Existe uma parede

Uma parede que não me deixa abraçar-te

Uma parede invisível

Do medo de amar-te

No medo…

Do teu olhar,

 

Existe uma parede

Em cada manhã ao acordar

Uma parede invisível

Que não me deixa ver o mar

Existe uma parede

Uma parede… que não me deixa beijar-te.

 

 

13/07/2023

Luís

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Arte

 

Não sei as cores,

Meu amor,

Mas se eu pudesse,

Pincelava os teus lábios de desejo paixão,

Não sei as cores,

Meu amor,

Mas se eu pudesse,

Pincelava o teu olhar com as cores do meu coração…

Não sei as cores,

Meu amor,

Mas se eu pudesse…

Pincelava o teu coração… com as cores do meu coração.

 

 

06/07/2023

Olhar

 

Se você quiser

Posso ser o luar do seu olhar,

O silêncio dos seus lábios de mel,

Se você quiser

Posso ser a luz das suas noites de insónia,

Se você quiser

Posso ser o seu poema…

Se você quiser…

Posso ser tudo…

O que você não quer.

 

06/07/2023

terça-feira, 4 de julho de 2023

Um nome

 

Enquanto o mar

Enquanto o mar souber o meu nome

Enquanto o mar tiver fome

Enquanto o mar for o mar…

E não apenas um nome,

 

Enquanto o mar

Enquanto o mar for um poema

Que voa e se abraça a uma cama…

Enquanto o mar escrever no luar…

Não existirá lama,

 

Enquanto o mar

Enquanto o mar pertencer à minha mão…

O mar será apenas meu e pertencerá ao meu coração,

Enquanto o mar…

Quando o mar… morrer, deixará de haver paixão.

 

 

 

04/07/2023

Francisco

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Luz



São os teus lábios,

Meu amor,

Pedacinhos de silêncio

Na fímbria escuridão do mar,

 

São as lágrimas do crepúsculo

Quando poisam sobre a ti

As palavras do luar,

São os teus lábios,

Meu amor,

A solidão de amar,

 

São os teus lábios,

Meu amor,

Cansaços que a noite esconde

E lágrimas de desejo…

Que a lua lança contra as estrelas,

 

Na ânsia de um beijo.

São os teus lábios,

Meu amor…

O poema envergonhado…

Que finge ser a luz,

Dos teus olhos…

Meu amor!

 

 

 

03/0/7/2023

Luís

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Não sei,

 Não sei, meu amor,

Hoje, nada tenho a escrever-te de belo

A não ser que brevemente levantaremos voo rumo à Rua das flores,

Que neste momento já nem sei se o calor que entra mais

O calor gerado,

É igual ao calor que sai

Mais o calor acumulado,

Digamos…

Espera aí…

E se for o calor de uma abelha

Poisada nos teus lábios

Ser igual ao calor dos meus lábios

Mais o calor dos lábios da abelha,

Não, não soa bem...

Continuamos,

 

Mas o que eu queria era escrever-te algo de belo

Como um permutador de calor,

Só…

Numa sala escura

E sem janela para o mar,

Mas hoje,

Não, não consigo escrever-te nada de belo…

A não ser que…

Os teus olhos são a raiz quadrada de cento e vinte cinco,

Ou que o teu lindo sorriso é igual à massa vezes a velocidade da luz,

Ao quadrado…

Ao quadrado,

Então o teu lindo sorriso é tão infinito,

Tão infinito…

Como o Universo infinito que é,

De energia…

 

Mesmo assim, ainda não tenho palavras para escrever-te de tão belo…

Diria que,

Deus ao cubo,

Abraçado ao sonho…

É igual ao silêncio…

No silêncio a que me proponho…

Não,

Não é nada belo…

Como o é um reactor nuclear,

Uma chumaceira qualquer…

Ou simplesmente um parafuso em paixão,

 

Os segundos e os minutos correm…

Apressadamente para apanharem o cacilheiro até ao Vilarelho

Palavras para ti, meu amor, ainda não telho,

Preciso de palavras distintas,

Palavras belas,

Entre belas palavras,

Tais como…

Que no silêncio do teu olhar,

Destro silêncio em perfeita madrugada,

Sinto-me tão pequenino…

Tão misero como a constante de difusão,

Como as coisas da vida…

Quando da tua mão…

Acorda um beijo em papel,

Pincelado de encarnado,

Antes que desça sobre nós…

O Oceano que nos vai engolir no calor da noite,

 

E que sim,

(toda a plateia em pé,

Ele é louco

Ele é louco

Ele é louco

Ele é louco

Ele é louco…)

Mesmo assim, ainda não tenho para ti, meu amor, palavras belas…

Ou belas palavras

Ou cinzeiros de prata,

Ou tudo…

Ou nada,

 

E diria que…

Escrevia no teu corpo o mais belo e lindo poema de amor…

Mas que posso eu escrever…

Se neste momento não tenho palavras belas

Das belas palavras,

Para ti,

Escrevia no teu corpo…

Desejo, enquanto a lua pertencer ao silêncio dos Deuses,

Desenhava no teu corpo a paixão desconhecida…

De uma equação qualquer,

Assim…

Simples,

Simples como a vida,

 

Mas gosto mais de escrever,

Então eu escrevia no teu corpo,

Que o quero não como posse…

Mas apenas para o contemplar com as minhas mãos…

Quando o Sol se esquecer de acordar…

Mas preciso de palavras belas,

Para ti,

Mas hoje, meu amor,

Hoje não é dia de palavras belas,

Que o cacilheiro com destino ao Vilarelho está quase a chegar,

Fez uma curta paragem na rua da Costinha,

E eu, aqui sentado…

Acreditando…

Que quando terminar a noite…

Tenho as tuas belas palavras,

(que sou louco, pois, pois…)

O paquete que transportava os cereais…

Teve um pequeno percalço…

E poisou no aeródromo da Chã…

Em contrapartida,

O avião que transportava os permutadores de calor…

Atracou no cais do Pinhão,

Como vês, meu amor,

Não vês nada,

Como eu,

 

Mas o que eu quero,

São palavras,

Belas palavras,

Das palavras tão belas,

 

E continuando a escrever no teu corpo,

Admitindo que estou com uma pequena dúvida,

Pois não sei se tenho na cabeça mais poemas de amor para semear no teu corpo

Ou de que equações…

Sento-me…

E penso,

 

Deus vem ter comigo,

Troca comigo um abraço,

Peço-lhe um cigarro…

Que sim

Muito simpático… ele,

E talvez ele me ajude,

Pois ele é Deus,

E segreda-me ao ouvido…

Que as mulheres preferem palavras belas,

Belas palavras,

De que miseras equações de sono…

Deu é muito fixe…

Só que ele,

Que tudo sabe,

Nada sabe,

Pois estou aqui num profundo dilema…

Não tenho palavras belas…

Tão pouco belas palavras…

Para oferecer a uma Donzela,

E Deus…

Manda-me escrever no corpo dela…

Palavras,

 

Mas acredito,

Tenho fé em Deus…

Que até terminar a noite…

Terei as tuas belas palavras,

 

As tuas mãos são uma pequena jangada

Nas minhas mãos de nada,

(não, não…, isto ainda não é belo)

Que no teu cabelo,

Que no teu cabelo habita uma lágrima de luz…

À velocidade de trinta metros por segundo,

Diria então,

Que do teu cabelo…

Nascem pigmentos de silêncio-paixão…

Ou então…

Que na tua boca,

Existe um pequeno electrão,

E uma pequena nuvem de insónia,

 

(bravo, bravo…, pois claro…)

Mas acredito,

Tenho fé em Deus…

Que até terminar a noite…

Terei as tuas belas palavras,

 

Depois,

Alguém disse que a distância daqui até à lua

É igual à distância da lua até aqui,

E que sim, e que sim…

Mas quanto a Deus…

Fiquei-me apenas pelo cigarro emprestado,

Sim, emprestado…

Porque Deus não dá nada a ninguém,

Nem as tuas palavras,

 

Mas eu,

Eu precisava de palavras,

De belas palavras,

Das mais belas palavras do infinito Universo…

E de verso em verso,

Não, hoje não consigo escrever-te um lindo poema antes que termine a noite…

E me apeteça lançar da Torre Eiffel e voar sobre a tua sombra…

 

Ausento-me do teu doce olhar

Sabendo que sobre esta folha em papel

Há uma única palavra

Uma só palavra;

Amo-te.

 

Ainda não gosto,

Não, não são as tuas palavras,

Que dentro de um cubo,

Existe uma lâmina de desejo…

Pronta a dilacerar o perfume da tua pele…

(o tipo está doido…)

(bravo, bravo…)

(oiço toda a plateia em uníssono…

Um abraço,

Parabéns…

Nem anos faço, hoje…

Palermas)

 

Ausento-me do teu doce olhar

Na ânsia claridade da noite

Depois de descerem da montanha

Os pássaros das três grandes ribeiras…

E abraço-te com um beijo

Enquanto lá fora…

Lá fora…

Esperam-me…

Para me apedrejarem…

Ou levarem-me para o manicómio…

Prefiro ser cremado,

Numa linda manhã de nevoeiro,

 

Não sei, meu amor,

Hoje, nada tenho a escrever-te de belo

A não ser que brevemente…

 

Terei a solução da equação de Deus.

 

 

 

29/06/2023

Francisco