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sábado, 12 de dezembro de 2020

Minha flor de Orfeu

 

Cáfila pétala teu nome

Abraço madrugada,

Dentro do silêncio, a fome,

A fome do beijo prometido,

Na boca sem nada.

(o homem perdido)

Percorre o corpo camuflado de desejo,

Ao sabor do vento arisco,

Pede às palavras, palavras de ensejo,

Num olhar nunca visto.

Sabe de antemão que tem no seu jardim,

Flores, meu amor e, palavras encantadas,

Papeis que voam dentro de mim,

Depois da tarde madrugar,

Sou o homem perdido,

Perdido no mar;

Sou o homem das palavras cansadas.

Minha flor de Orfeu,

Sorriso de menina,

Livros, cantigas e, beijos adormecidos,

Poema teu,

Na tua mão que alguém lê a sina,

E, sem o saber, alimenta os pássaros endoidecidos.

Escrevo no teu corpo, amar,

Cancão que o vento beija,

E, coloca nos teus lábios, a serpente envenenada.

Amor, temos tudo como um simples abraçar,

De quem a pedra aleija,

Dando à palavra, a seta laminada,

E, ao homem perdido, a minha flor de Orfeu;

Todas as palavras são desejo,

Todas, menos a saudade,

Porque em cada beijo,

Existe uma flor sem maldade,

E, em cada flor sem maldade,

Um beijo teu.

 

 

Francisco Luís Fontinha, Alijó, 12/12/2020

sábado, 13 de abril de 2019

Menina do meu saber


Menina do meu saber,

Endiabrada e a correr,

Menina do Douro encurvado,

Que chora sem querer…

Menina mimada, menina das tardes a chover,

Menina cansada,

A chorar,

Neste rio deitada,

A correr para o mar.

Menina da ribeira,

Dançando sobre o amor,

Palavras escritas no vento,

Deste corpo suicidado,

Menina das flores e do amar…

No pensamento,

A mão lançando a espada,

Dos livros, de nada…

Menina em flor,

Meninada apaixonada.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

13/04/2019

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Purpurina madrugada


Me fascina o teu olhar,
me deslumbra o teu corpo de jardim florido,
habitado por acácias, gladíolos... e malmequeres,
me fascinam os teus seios de purpurina madrugada,
como o centeio..., dançando sobre um telhado de zinco adormecido,
me fascina a tua voz de menina, doce, tão doce como a frescura ribeira...
apaixonada,
me fascinas... menina... mimada!


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 11 de Agosto de 2014

domingo, 13 de julho de 2014

Páginas sem nome


Que faço a estas páginas sem nome,
que digo às palavras escritas nestas páginas sem nome...!

Triste, a mão que se recusa a escrever,
a mão trémula que inventa cigarros de arder...
que faço a estas páginas de escrever,
anónimas, desorganizadas... páginas mortas, páginas amarguradas,
triste, a mão que acaricia o rosto da madrugada,
e não se cansa de amar,

Que faço... ao cabelo sem vento!

Sem nome, prontas a escrever,
que faço eu mergulhado no teu corpo de neblina...
triste, a mão que não se cansa de sombrear o amanhecer,

Que faço, eu!

Que faço eu nesta tela envergonhada,
onde moram os teus seios de menina...
que triste..., que triste as páginas deste livro quase a morrer,
que faço eu, às palavras não escritas,
aos beijos desenhados na mesa-de-cabeceira,
sem saber o que fazer...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Domingo, 13 de Julho de 2014

segunda-feira, 3 de março de 2014

Menina

foto de: A&M ART and Photos

Menina,
menina dos caracóis mimada que a sanzala ilumina,
embandeiro da insónia,
menina,
menina dos seios de prata que o capim apaixona,
imunda chuva nos charcos de lata,
o fumo engole e consome,
o que o amor desperdiça,
menina,
menina das noites de preguiça,
desejando o mar,
desejando o corpo das serpentes de marfim dos pobres corações amar...


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 3 de Março de 2014