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quarta-feira, 20 de março de 2019
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
Agradecimento
Fernando
Martins Fontinha
29-11-1938
/ 29-07-2015
Em
todas as guerras há sempre um vencedor e um vencido. Infelizmente perdemos a
guerra e venceu a doença. Nem sempre é assim, e é com enorme felicidade quando
temos conhecimento que alguém ganha esta guerra.
Tudo
foi feito por parte do IPO-Porto e seus Profissionais, tal como da nossa parte,
eu e a minha mãe.
Quando
se fala tão mal do nosso SNS, apenas queria deixar algumas considerações; se o
meu pai tivesse uma vida contributiva até aos 100 anos, provavelmente não
pagaria um décimo do que esta Instituição gastou com ele (cirurgia,
radioterapia, quimioterapia, tratamentos inovadores, PET´S vários…, etc.).
Nunca nos disseram que não fazia isto ou aquilo porque era dispendioso.
Durante
as sete semanas de Radioterapia ficou na Liga Portuguesa Contra o Cancro –
Núcleo Regional do Norte sem qualquer custo para nós. Veio a falecer na Unidade
de Cuidados Paliativos sita no edifício da Liga Portuguesa contra o Cancro.
Perdemos
a guerra mas o nosso “General” tombou com toda a dignidade, nunca recusou
nenhum tratamento, nunca nos falou que ia morrer… lutou até ao último segundo
de vida.
Agradecemos:
IPO-Porto
e todos os seus Profissionais. Foram fantásticos;
Liga
Portuguesa contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte e seus voluntários;
Unidade
de Cuidados Paliativos do IPO-Porto e todos os seus Profissionais;
ECCI
de Alijó;
Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alijó (Direcção, Comando e Corpo
Activo). Um grande obrigado por todo o apoio e amizade;
Aos
nossos familiares e amigos;
Terminamos
com a mensagem recebida de uma Profissional da Clinica da Pele, Tecidos Moles e
Ossos, após o conhecimento do falecimento do nosso ente-querido:
“Sinto muito, mesmo muito Sr Francisco! O Sr Fontinha foi um
guerreiro, um lutador, Grande Homem! O senhor foi um filho exemplar, sempre
presente e a acompanha-lo e a sua mãe uma grande mulher, uma verdadeira
companheira! Partilhamos a vossa dor... vocês são o exemplo do que uma família
"a sério" deve ser, muitos parabéns por isso! Um grande beijinho de
toda a equipa.”
Obrigado a todos
Arminda Fontinha
Francisco Luís Fontinha
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Quarto cinzento
Vivo
imaginando corvos poisados neste quarto cinzento,
Sinto
ao longe os barcos em círculos atravessando a tempestade,
Esta
cidade morre como morreram todas as flores do meu jardim,
E
mesmo assim…
Não
me apetece escrever neste lugar sem nome,
Não
vejo as estrelas,
Perdi
a noite
E
os andaimes da escuridão,
Perdi
a paixão,
Deixei
de ter o rio nas minhas veias,
As
calças cresceram,
Pertencem
a outro arbusto,
E
estou aqui… como um rochedo,
Perdido,
Vestido
de medo,
Sentado
numa cadeira invisível.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Porto,
27/07/2015
domingo, 26 de julho de 2015
As máscaras da noite
Cessem
todas as luzes da madrugada,
Rasgam-se
as palavras na fogueira da tristeza,
Tens
na cama as amarras infinitas da dor,
Oiço-te,
Imagino-te
brincando na eira junto ao mar,
As
flores,
Emagrecem
no silêncio do vento,
Fingem
a Primavera os cortinados da noite,
E
deixas de ter noite,
O
relógio que transportavas no pulso
Habita
hoje nesta cidade de lápides,
E
o teu rosto é um plátano sem vida…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
26-07-2015
terça-feira, 11 de março de 2014
Concerto Solidário dos 40 anos do IPO-Porto!
domingo, 16 de fevereiro de 2014
A janela verde
foto de: A&M ART and Photos |
Da tua janela sentia o pulsar inconstante das tuas
veias, do oitavo andar eu conseguia, não, aprendi a perceber as
árvores em movimento, aprendi a ouvir os teus lamentos, aprendi a
sentir a tua minha dor, contava a vezes que o metro de superfície
passava em frente aos teus olhos cerrados, perdi-lhe a conta, desisti
de contar, mudei repentinamente para os automóveis sonolentos que
enteavam no parque de estacionamento, eram tantos, meu Deus, tantos,
tantos que... voltei a desistir,
Percebi o significado do medo, aprendi a esperar
pelas palavras do invisível, e confesso que não rezei, confesso que
mentalmente colocava a hipótese de te perder, e ainda não tenho a
certeza se te vou perder, enquanto dormias, enquanto eu olhava os
teus sonhos impregnados no cortinado de fumo, eu, eu sabia que tu me
esperavas quando acordasses, acordaste,
Então, chegaram bem?
Não te respondi, sentia-me agoniado, com fome, sem
palavras para responder aos teus anseios..., pegava nos cigarros
amorfos, acendia um e depois outro e mais outro... até que percebi
que no corredor de acesso ao teu quarto, até que entendi a solidão,
o amor enquanto esperava as lânguidas manhãs de Janeiro,
Então, chegaram bem?
Muita neve, chuva, vento, e perdemos-nos na tua
sonolência de cadáver inventado por um louco, perguntava-te se
estavas bem, e respondias-me
Então, chegaram bem?
Que sim, que tudo não passava de um sonho, que tudo
nunca tinha existido, que tudo
Então, chegaram bem?
Que tudo acorda quando os silêncios dos teus lábios
me diziam
Estou mal, tenho dores, não consigo adormecer,
Me diziam, me obrigavam a acreditar nas palavras
escritas na tua cama, oitocentos e trinta e cinco, para os
matemáticos um belíssimo número, mas
Então, chegaram bem?
Mas para um poeta esse número significava uma
perda, uma ausência de ti para comigo, imagino-te subir as escadas
do sótão da saudade, imagino-te a pegar na minha mão e ir-mos ver
os barcos ao porto de Luanda...
Então, chegaram bem?
(não te respondi, sentia-me agoniado, com fome, sem
palavras para responder aos teus anseios..., pegava nos cigarros
amorfos, acendia um e depois outro e mais outro... até que percebi
que no corredor de acesso ao teu quarto, até que entendi a solidão,
o amor enquanto esperava as lânguidas manhãs de Janeiro...)
E víamos os paquetes abraçados aos longínquos
marinheiros com fardas de embriagados esqueletos procurando sexo,
álcool... e drogas,
Os coqueiros, os treinos de Hóquei em patins, e
sempre, e sempre a tua mão entrelaçada na minha mão de criança,
da tua janela sentia o pulsar inconstante das tuas veias, do oitavo
andar eu conseguia, não, aprendi a perceber as árvores em
movimento, aprendi a ouvir os teus lamentos, aprendi a sentir a tua
minha dor, contava a vezes que o metro de superfície,
Então, chegaram bem?
E olhavas-nos, e sei que choravas...
@Francisco Luís Fontinha- Alijó
Domingo, 16 de Fevereiro de 2014
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