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quarta-feira, 1 de maio de 2024

Não preciso de nada.

Não preciso de nada e sinto a falta de tudo.

Tenho tudo do pouco que tenho

digamos que nada tenho

nem a vida me pertence.

 

Não tenho nada

e tenho tudo.

Não tenho amor

não tenho pão

Nem a noite eu consigo ter.

Tenho tudo e não tenho o sono

não tenho a noite e tenho a insónia

e tudo me falta; obrigado, mas não preciso de nada.

terça-feira, 30 de abril de 2024

qualquer coisa será uma pedra outra coisa será um círculo de sono ou 1 cêntimo de alegria

 


Aceitamos donativos desde 

 

0,01€ 

O poeta miserável e  libertino precisa de

terminar a licenciatura

e        

sobreviver


mulher

mulher mãe

sem tempo para ser mulher

mulher guerreira

que luta

labuta

e não tem medo da insónia

 

mãe mulher madrugada

do escuro faz uma enxada

com a lua constrói a liberdade

mulher mãe

sem medo de ser mulher

sem medo de ser mãe


sexta-feira, 26 de abril de 2024

cicuta

de trança lança o vento sobre a seara o loiro cereal

ele se verga até ao chão e não tomba sobre a terra semeada

de lança trança percebe o vento de sementeiras

e poesia ao deus dará

de trança

lança

o vento contra a tarde

de trança o vento

lança

a saudade

e a cicuta da noite

o medo

finos silêncios que a noite semeia na terra cremada

um corpo é solicitado pelo diabo, enviamos-lhe os ossos

e ficamos com o poema

 

finos pingos de luz tem a madruga

antes que morra a noite embrulhada numa mortalha

finos silêncios têm as estrelas

depois da tempestade

quando o cabelo se enlaça num sorriso

 

finos pergaminhos, onde me deito e escrevo

banhado por este rio invisível

que apenas a minha mão conhece as suas águas

e os seus lábios

e as suas mãos

 

e os seus olhos.

finos silêncios que a noite absorve do luar

das palavras envenenadas por um louco

ou por uma espada

de luz;

o medo

saberei, amar-te!

são tantas as cordas que aprisionam o meu corpo à sombra

são tantas as sombras que chicoteiam o meu olhar

são tantas as estrelas que me abandonam

são tantas as ruas onde me perco

são tantas as cidades onde escrevi o meu nome

e agora

esqueceram o meu nome

 

saberei, amar-te!

 

são tantas as mãos que se escondem no meu rosto

são tantas as flores que morrem no meu jardim

são tantas as pedras que me atiram

são tantas as nuvens que poisam sobre mim

são tantas as madrugadas sem dormir

são tantos os sonhos por concluir

são tantos os meus sonhos…!

 

saberei, amar-te!

quinta-feira, 25 de maio de 2023

O silêncio

 

Não sei se um dia terei medo do escuro,

Do escuro, escuro…

Não do escuro da noite,

Sempre amarei a noite,

As estrelas,

O silêncio do escuro…

E o escuro da solidão.

 

 

Luís

25/05/2023

quinta-feira, 9 de abril de 2015

As labaredas da insónia


A ferocidade do teu corpo

O destino mal calculado

O erro equacional dos orgasmos invisíveis

Sofrimento

Meu amor

Subir as escadas

Chorar

No corredor

Sentar-me na sombra dos cabelos

Perdidos

Nunca mais voltarão a brincar no silêncio

Os teus beijos

 

Embrulhados na clandestina manhã

O sofrimento

Meu amor

Os corredores

Um… um horror

Marés de líquido

Nas tuas veias

Rios

Mares

Salgados barcos

Nos sonhos do teu sonho

Navegar

 

O sofrimento

Meu amor

Navegar nas sílabas da tua boca

Quando caí a noite sobre Lisboa

Os anzóis do sofrimento

Sofrimento

Meu

Amor

Navegar nas tuas nádegas

O comboio escondido entre as urbes embalsamadas

Não me vou perder

Juro

 

Meu amor

Os jornais empilhados junto à lareira

O som melódico do poema

Deitando-se nas labaredas da insónia

Sabes

Meu

Amor

Amanhã serei um vagabundo

Um triste cadáver

Sem palavras

Mudo

Sem braços nem canetas

 

Fujo das tuas garras lunares

Porque sei que amanhã

Meu amor

O poema terá morrido de overdose

Os triângulos das tardes

Na ceara dos lírios

Não quero

Meu amor

Caminhar sobre esta eira de luz

E ouvir

Ao longe

O sino

 

Vê tu

Meu amor

Ao longe

O sino

Vagueando no teu púbis…

Quero o retracto do teu corpo em vinil

Tatuado com Wordsong…

Tento ouvir as arestas da geometria

E da tua pele

O endereço do paraíso…

Em shots

E shots.

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quinta-feira, 9 de Abril de 2015

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sobreviver

Que chatice. Sempre as malditas pesquisas no Google sobre o meu nome: pinturas de Luís Fontinha; bibliografia de Luís Fontinha...; poesia de Luís Fontinha; textos de Luís Fontinha...
Confesso que começo a ficar farto deste gajo, eu, porque não sou pintor, porque não sou escritor, porque não sou poeta, porque não sou nada.
Faço uns desenhos esquisitos para sobreviver ao tédio, escrevo umas merdas sem sentido e pouco menos, e um texto meu foi escolhido por José Luís Peixoto. Quanto à bibliografia é curta e sucinta: nasci em Luanda/Angola, cometeram o erro de trazerem-me para Portugal, fui drogado há muitos anos e estou desempregado e não tenho dinheiro.
E quem não gostar que se f*da...
“Que mais eu podia desejar” como escreveu AL Berto... “não estou alegre nem apaixonado”.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Não vale a pena escreverem no google “Luís Fontinha pinturas”, não sou pintor, não sou escritor, apenas faço parte dos 15% de desempregados... e a aumentar.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011