quarta-feira, 16 de setembro de 2015
terça-feira, 15 de setembro de 2015
O desejo do planeta sem nome
(Francisco
Luís Fontinha – Setembro/2015)
Tão
frágil, meu amor, o teu sorriso de vidro fumado,
Tão
frágil o teu silêncio antes de acordar a madrugada,
Os
pássaros e as flores,
E
a cidade dorme nos lençóis do cansaço,
Sem
saber, meu amor, sem saber que no meu corpo habita um planeta sem nome…
Que
ama.
Tem
desejo,
E
fome…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira,
15 de Setembro de 2015
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
Cúbicas madrugadas
Oiço
a madrasta voz da clarabóia em flor,
Sento-me
sobre o fio da saudade,
Sinto-te
nos meus braços… em cúbicas madrugadas,
Imagino
os teus beijos flutuando na cidade,
Sinto
nos meus braços o cansaço do amor
E
a equação da liberdade,
Amanhã
não haverá barcos enforcados,
Amanhã
não haverá marés amordaçadas…
Oiço
a madrasta voz da clarabóia em flor…
Entranhada
nos poemas degolados
Pela
caligrafia invisível do silêncio amanhecer,
Apaixonada?
Não…
não há paixão neste corpo a arder
Nem
fogueira neste peito desolado,
Amanhã
haverá um esqueleto prensado,
Amanhã
haverá uma mão no teu rosto espelhado…
Com
medo de sofrer,
Com
medo de partir para a longínqua noite das palavras por escrever.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira,
14 de Setembro de 2015
domingo, 13 de setembro de 2015
Beijos de pergaminho solar
(desenho
de Francisco Luís Fontinha – Setembro/2015)
Escondo
nas tuas pálpebras o meu beijo de pergaminho solar,
Acendo
o dia ligando o interruptor do sonho,
Danço
sobre ti inventado cubos negros, sem porta de entrada,
Sem
janelas…
Sem
madrugada,
Escrevo-te
sabendo que estás morta,
Que
caminhas sobre a areia luminosa da manhã,
Que
me abraças sabendo eu que nunca me abraçaste,
Olhaste…
Ou..
ou me hipnotizaste entre quatro cadeiras velhas em madeira,
Estou
aqui, eu e eu, dois cadáveres sem rumo,
Apaixonados
pelo silêncio,
Escondo
nas tuas pálpebras a minha língua que acaricia a tua solidão,
Não
tenhas medo, meu beijo de pergaminho solar…
Não
tenhas medo da cidade, dos homens da cidade, e das sombras da cidade,
Imagino-te
subindo a montanha do desejo,
Trazes
em ti o medo de amar,
Transportas
as tulipas em papel que nos esperam num quarto de pensão,
Poisa-las
sobre a mesa-de-cabeceira,
Olhas-me,
Sentas-te
na cama…
E
beijas-me como se eu fosse uma sílaba embriagada descendo uma qualquer calçada,
Amanhã,
amanhã meu beijo de pergaminho solar,
Amanhã
estaremos sentados nos rochedos dos Oceanos prateados,
Tão
velhos, meu beijo de pergaminho solar, tão velhos que adormecemos como dois
pássaros, sem idade, como dois pássaros entranhados no luar,
Amanhã,
amanhã olhas-me,
Dizes
que não me conheces,
Que
eu sou um desenho louco,
Um
palhaço sem Pátria,
Como
sem Pátria são todos os beijos de pergaminho solar…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Domingo,
13 de Setembro de 2015
sábado, 12 de setembro de 2015
Os cigarros “fodidos”…
(Francisco
Luis Fontinha – Setembro/2015)
Há
uma invisível incógnita
Na
equação da paixão,
Um
silenciado olhar enforcado na minha boca,
O
luar saciando-se nos meus lábios…
E
tu… e tu gritando como uma louca,
Dessa
maldita equação
Sobejaram
as lâmpadas ofuscadas pelo cansaço,
Um
brilho de noite agachada na calçada,
O
homem da bangala tropeçando no abismo
Que
acorrenta a madrugada,
Há
uma invisível incógnita
Na
minha desalojada mão,
Os
ossos apodrecidos,
Em
pó…
Em
busca dos poemas mendigos,
Os
amigos,
Ausentes
deste papel quadriculado em brasa,
Os
cigarros “fodidos”…
No
cinzeiro roubado na Feira da Ladra,
E
uma vez mais… em busca dos poemas mendigos,
Rasgados
ventres nas amoreiras em flor,
Sabotando
o corpo nas cordas do sofrimento,
Há
uma invisível incógnita na equação da paixão…
Morta,
Alicerçada
no meu coração.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira,
11 de Setembro de 2015
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