O
sentido proibido da vida
no
sonâmbulo silêncio da agonia
a
cidade evapora-se na solidão nocturna do sofrimento
como
uma lamparina acesa
esquecida
junto ao mar
o
corpo levita
o
corpo exerce o seu esplendor no sexo lunar da Via Láctea
e
eu sinto o regresso da dor
misturada
com as amêndoas
e
todas as rochas da madrugada
habito
neste cubículo ensanguentado de ferrugem
que
abraça os meus ossos pergaminhos
os
famintos dias
nas
famintas tristezas
pergunto
onde está neste momento a alegria
o
sorriso que iluminava o meu viver
sem
saber
sem
perceber…
os
candeeiros do desejo
acredito
nos horários primos e primas das constelações incendiadas pelo orgasmo…
e
nada é mais complexo do que a vida
em
sentido proibido
como
a minha.
Desalinhadamente
só.
Francisco
Luís Fontinha
02/01/17