sábado, 31 de dezembro de 2016

A infidelidade do desejo


Regressei aos teus braços monótonos da infidelidade do desejo

Regressei às rochas e rochedos do teu sorriso

Apenas por esta noite…

Invento máscaras

Invento o sono antes do pôr-do-sol

E na ausência das coisas perfeitas…

Finjo viver no teu coração


Só quando acordar o amanhecer

As minhas mãos abraçar-te-ão como uma jangada sem vida

Acorrentada à sonâmbula maré da solidão

Regressei

Meu amor

Aos teus braços frígidos no cansaço da noite

A carta escrita enviada à tua morada

Um número insignificante perdido na cidade

Como a morte

Sempre à espera do teu corpo

Meu amor…

 

 

Francisco Luís Fontinha

31/12/16

 

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