As tuas mãos são
pétalas de rosa,
não de uma rosa
qualquer,
têm coração de
prata,
sabem a palavras
acabadas de escrever,
uma rosa, uma
sombra, e pedaços de luar,
pétalas de silêncio
mergulhadas nos meus lábios,
desejos de amar,
amar... as tuas
mãos, as pétalas... sem esquecer o teu olhar,
As tuas mãos são
frágeis,
como jarras de
porcelana onde adormecem as rosas que têm pétalas com perfume de
madrugada,
amo-as, amo-as sem o
saber,
às tuas mãos,
entrego o meu corpo cansado, o meu corpo de estanho...
o meu corpo
envenenado pela solidão,
o meu corpo
envenenado pelo teu sorriso de amanhecer,
(oiço-as no meu
peito, os gritos teus, e os solstícios suicidados)
As tuas mãos... as
tuas mãos me encantam,
são sons melódicos
que se abraçam a nuvens poéticas,
frágeis,
macias,
tão finíssimas...
Meu Deus, que tenho medo de lhes tocar!
que tenho medo que
me toques, e se evaporem na neblina de Belém,
(oiço-as, oiço-as
e tenho-lhes medo)
Podem quebrar,
podem morrer,
… podem se
apaixonar,
As tuas mãos são
pétalas de rosa,
são mimos,
são... são néons
perpendiculares deambulando na cidade,
as tuas mãos, ai...
ai as tuas mãos de felicidade,
quando imaginam
círculos de areia em busca de uma gaivota revoltada,
elas te olham, e
elas ficam encantadas...
com as tuas mãos,
com as pétalas das tuas mãos,
rosas, rosas
castigadas.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 9 de
Junho de 2014