foto de: A&M ART
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Noite, que me comes
e te saboreias em mim,
noite,
que me transformas
em fantasma, em vagabundo diplomado,
noite, que me
absorves, como se eu fosse um corpo prostituto mergulhado na
escuridão,
sem paciência, sem
amor... e sem paixão,
Noite,
Noite, que teimas em
abrir janelas no meu corpo com vista para o mar,
e te alimentas de
mim, e te alimentas da minha fraqueza,
noite, que me
embriagas com os teus sonhos, e me deixas estendido na valeta sem
nome,
porque tu, noite, és
uma puta com fome,
uma puta de néon
que incendeia o meu esqueleto de madrugada,
Noite,
Noite... noite sem
sentido,
estrada atafulhadas
de cacos e navalhas,
noite, que dizes ser
a minha melhor amiga...
e eu, e eu, e eu não
tenho nenhuma melhor amiga,
noite, deixa-me que
eu pertenço à cidade dos silêncios com cabeça de vidro,
Noite.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 8 de Junho
de 2014
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