Esta tua viagem,
sentado numa velha
cadeira de vime,
esta tua viagem...
com regresso, sem regresso, nunca se sabe,
finges não ter
medo, e percebo que ele corre nas tuas veias de alcatrão,
esta tua viagem,
navegando por ruas
sem nome, por ruas sem... sem cansaço,
pedindo a esmola ao
desassossego destino,
que habita numa casa
amarela,
Esta tua viagem,
nunca terá fim?
Gosto de ti!
E queria
acompanhar-te como se fosse uma velha mala,
sem etiqueta,
Esta tua viagem,
sentado...
numa velha cadeira
de vime,
numa praia desnuda,
na praia do crime,
E o... e o medo?
De não regressares,
de não votares a ler no luar as minhas palavras,
e esta tua viagem,
meu velho... não terá fim,
começaste,
apeaste-te numa sanzala de brincar,
olhaste os telhados
de zinco, puxaste de um cigarro... e pluf,
e pluf,
novamente o eterno
silêncio,
e novamente o eterno
derradeiro medo,
desta invisível
viagem...
Esta tua viagem,
nunca terá fim?
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 7 de Junho
de 2014
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