segunda-feira, 9 de junho de 2014

As tuas mãos


As tuas mãos são pétalas de rosa,
não de uma rosa qualquer,
têm coração de prata,
sabem a palavras acabadas de escrever,
uma rosa, uma sombra, e pedaços de luar,
pétalas de silêncio mergulhadas nos meus lábios,
desejos de amar,
amar... as tuas mãos, as pétalas... sem esquecer o teu olhar,

As tuas mãos são frágeis,
como jarras de porcelana onde adormecem as rosas que têm pétalas com perfume de madrugada,
amo-as, amo-as sem o saber,
às tuas mãos, entrego o meu corpo cansado, o meu corpo de estanho...
o meu corpo envenenado pela solidão,
o meu corpo envenenado pelo teu sorriso de amanhecer,

(oiço-as no meu peito, os gritos teus, e os solstícios suicidados)

As tuas mãos... as tuas mãos me encantam,
são sons melódicos que se abraçam a nuvens poéticas,
frágeis,
macias,
tão finíssimas... Meu Deus, que tenho medo de lhes tocar!
que tenho medo que me toques, e se evaporem na neblina de Belém,

(oiço-as, oiço-as e tenho-lhes medo)

Podem quebrar,
podem morrer,
… podem se apaixonar,

As tuas mãos são pétalas de rosa,
são mimos,
são... são néons perpendiculares deambulando na cidade,
as tuas mãos, ai... ai as tuas mãos de felicidade,
quando imaginam círculos de areia em busca de uma gaivota revoltada,
elas te olham, e elas ficam encantadas...
com as tuas mãos, com as pétalas das tuas mãos,
rosas, rosas castigadas.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 9 de Junho de 2014

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