Do dia
Triste dia
Na triste noite
Das tristes estrelas
As que nascem
Às que morrem
Das estrelas à morte
Quando o corpo levita
Vendo poemas a retalho
Quilogramas de palavras
Palavras fatiadas
Vendo poemas
Poemas que escrevo nas
madrugadas.
Dia
Este dia que é filho da
noite
Na noite que me faço
passear
Sobre as nuvens
Debaixo do mar.
Poemas a retalho
Barcos plastificados
Barcos semeados
Nas terras de amar.
Do dia
Quando o dia é uma janela
encerrada
Com chuva
Sem chuva
Com tudo ou com nada.
Do dia
Triste dia
Na triste noite
Das tristes estrelas
As que nascem
Às que morrem
Das estrelas à morte,
Da morte às estrelas,
Nos poemas que vendo a
retalho.
Um quilograma de poemas
para aquela miúda gira
Meio quilograma de poemas
para a lua
Dois quilogramas de
poemas para o sol…
Vendo poemas a retalho
No retalho da minha vida.
Dia.
Noite.
Sem dia.
Sem noite.
Poemas a retalho
No retalho dos dias.
Nos dias que não tenho
noite.
Alijó, 10/12/2022
Francisco Luís Fontinha