Há-de chegar a tua máscara
Com o nome do meu corpo
Há-de chegar à tua boca
A minha máscara
Com o meu nome.
Há-de chegar
à minha boca
Os meus lábios
As minhas palavras
Há-de chegar o Inverno.
Há-de chegar o poema
Um corpo vestido de poema
Em poema
O teu corpo silenciado pela
minha boca
Sem espaço o vento que te
ergue atá à lua.
Há-de chegar ao meu corpo
O teu poema
Do meu corpo
Há-de chegar
O suicídio das palavras
em poema.
Há-de chegar a tua
máscara
Com o meu nome
No meu corpo
A abelha que transportas
na mão
Há-de chegar a chuva.
Alijó, 18/11/2022
Francisco Luís Fontinha