Sou a luz cansada do teu cabelo
Em protesto contra as
árvores do teu sorriso
Sou a palavra em revolta
Quando as flores que
brincam nas tuas mãos
São as pequenas nuvens do
luar.
Não
Não desejo ser o mar
Não
Não desejo ser a chuva
que desce no teu corpo
Mas quero ser o perfume
Que habita no teu peito.
Pulseira de insónia em
raio de luz
Silêncio que desce esta
triste calçada
E nos poemas que semeio
Acorda a madrugada.
A madrugada de ninguém
Apátrida deste rio
encurvado
Que nas enxadas da
solidão
Faz levantar os doces
socalcos dos teus lábios
E traz os pássaros
ensonados às manhãs de geada.
Sou a luz
Grinalda em teu cabelo
que dança no vento
Insónia que invento
Nas noites embriagadas do
teu olhar;
Mas não me deixem ser o
mar.
Alijó, 17/11/2022
Francisco Luís Fontinha
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