sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Máscara

 Há-de chegar a tua máscara

Com o nome do meu corpo

Há-de chegar à tua boca

A minha máscara

Com o meu nome.

 

Há-de chegar

à minha boca

Os meus lábios

As minhas palavras

Há-de chegar o Inverno.

 

Há-de chegar o poema

Um corpo vestido de poema

Em poema

O teu corpo silenciado pela minha boca

Sem espaço o vento que te ergue atá à lua.

 

Há-de chegar ao meu corpo

O teu poema

Do meu corpo

Há-de chegar

O suicídio das palavras em poema.

 

Há-de chegar a tua máscara

Com o meu nome

No meu corpo

A abelha que transportas na mão

Há-de chegar a chuva.

 

 

 

 

 

Alijó, 18/11/2022

Francisco Luís Fontinha

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