Quando
a cidade se despede do pó e,
Uma
nuvem de silêncio acorda no Vale do Tua,
A
cidade morre; como morreram todas as pedras da cidade.
A
terra adormece na insónia sombra da manhã,
O
rio corre entre rochas e suspiros,
Como
dois amantes,
Antes
de nascer o Sol.
Ai
senhores, tão nobre beleza!
Deitar-me
enroscado ao cobertor de cinzas,
Da
poeira morna do meu velho cigarro,
Erguer-me
e, lentamente, aconchegar o meu estômago ao pobre silêncio granítico da alma.
A
mesma cidade de há pouco,
Despenteada,
de barba enrugada, caminha lentamente nas margens do Tua,
A
alma veste o veneno mais belo da montanha,
Como
uma criança,
Deitada
na esperança.
Sonha
o homem,
Sonha
a mulher,
Sonham
todos os pássaros do Ujo…
Até
que um relógio de sombra,
Se
senta na minha mão.
A
invisível parede de vidro,
O
fumo agreste do néon silêncio,
O
barco em papel, o poema escrito no barco em papel…
Como
todas as palavras das margens deste rio.
Oh
Tua!
Mensagens
cíclicas em nome de Deus,
Beleza
do teu prazer,
Quando
a cidade se despede do pó e, todos os Céus –
São
motivos para escrever.
Francisco
Luís Fontinha, Alijó – 02/01/2021