Um louco será sempre um
louco.
Cerram-se todas as
janelas da poesia,
Morrem todos os pássaros
da minha aldeia,
De tanto, o pouco,
Das flores donzelas que
eu queria…
Antes do horário da ceia.
Caem sobre ti as loucas
fotografias,
Escrevem-se as palavras
sobre a ria,
Depois, vem a fantasia,
E, o amor e, a alegria.
Escrevo-te, meu amor,
Todas as tardes em
beleza,
Sinto, sento-me, nas heteras
mãos de Deus,
Sabes? O palhaço está
doente,
A flor,
Tua doce boca, só, na
clareira,
E, todas as sanzalas, e,
todos os musseques,
Doentes
Como Deus nos apetece.
Esqueço,
Durmo nesta cama azada,
Entre um cobertor de pano
E, uma nova namorada.
Entre palavras parvas
Que assombram as minhas
mãos;
Sabes, meu amor!
A vizinha está encharcada
de veneno,
Trouxe a morte,
A vaidade…
E, escreveu seu nome,
Nas amplas matrizes de
poder,
Olho-a,
Vejo-a,
E, loucamente te beijo,
E, loucamente,
Eu, este louco que te
quer.
Um louco será sempre um
louco,
No destino de viver.
Francisco Luís Fontinha,
Alijó/19-12-2020
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