Constrói
o teu tumulo no silêncio da noite.
Alicerça
no teu sorriso todas as palavras da tarde,
Como
se fossem cadáveres…
Suspensos
nas arcadas da solidão.
Grita.
Corre.
Desce
os socalcos até ao rio, senta-te, e, dorme.
Constrói
o poema na tua mão,
Abraça-o
e foge.
Leva
contigo os lábios da madrugada,
Todas
as lâmpadas da cidade,
Esconde-te
na face oculta da montanha,
Para
que ninguém te veja,
Observe,
Absorve,
Os
telegramas das ruelas sem saída…
Todas
as noites.
Todos
os dias.
Constrói
em ti os livros não lidos,
Os
lidos,
E
aqueles que não tens vontade de ler,
Porque
são cansativos,
Monótonos…
Ou
sorrisos de sofrer.
E
nunca te esqueças que o amor,
Todo
o amor,
É
um espelho cansado,
Perdido
na cidade….
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
16-06-2019